terça-feira, 30 de outubro de 2012

RODEO - Day 16 (Fim do RODEO)



Esqueci de mencionar para os amigos que vão para o Uruguay, no km 234 da Ruta 9, tinha um Polícia Caminera que multou uma CRV brasileira, e eu me lembro que da última vez que passei por lá, eu e o Chanka tivemos problema no mesmo trecho.
Adoramos as curvas da serra de Curitiba.

Hoje saímos de Garopaba, onde ficamos no Hotel Lobo, muito bom e barato, aliás foi a estadia mais barata da viagem, apenas R$60,00 pelo quarto com café da manhã, que é muito bom, tinha um bolo de leite condensado com coco que é pecaminoso de tão gostoso! Acabei repetindo... não quero nem ver o regime quando eu chegar em casa! Os amigos motociclistas de Casa Branca estavam no café, já de saída para pegar estrada, espero ter notícias pra saber para onde eles foram, só sei que forma pro sul.

Aqui no sul tem muitos shoppings Havan, e eles costumar colocar uma estátua do tipo da Estátua da Liberdade nas lojas, quando chegamos em Barra Velha vi uma loja nova deles, muito grande e com uma estátua igualmente muito grande, agora que o furacão Sandy está destruindo tudo lá em NY, talvez essa fique sendo a maior do mundo (just kidding!). Não deu pra fotografar porque a gente estava andando rápido como cartoon japonês, e tinha trânsito, então não seria sábio pilotar com uma mão só pra fotografar, nem o posto do Ugo eu fotografei, é um posto na beira da estrada feito com bastante madeira e, numa outra oportunidade eu parei lá e vi uma árvore enorme suspensa no meio do salão, então as raízes acabam sendo o teto; mas também não tem foto pelo mesmo motivo (Jiraya Mode = ON).

Como chegamos cedo em Curitiba, deu tempo de fazer um tour, pegamos aquele ônibus de turista com o segundo andar aberto e fomos andar pela cidade, são mais de 2 horas passando por todos os pontos turísticos da cidade e por uns bairros muito legais. Tive uma visão diferente da cidade, parece bem legal. Sabe que vendo como moram os nossos amigos uruguaios, e chilenos e curitibanos (pra citar só as grandes cidades) confirma minha suspeita de que a gente mora muito mal em São Paulo; mas essa coisa de raízes é muito forte, é difícil decidir se mudar, mesmo com os seus concidadãos elegendo o representante do partido da roubalheira (como alguém pode desligar a TV onde estava vendo o julgamento do mensalão e ir pra urna votar no candidato que representa o mesmo esquema?), dá mais vontade de ir embora mas não dá coragem!






Bom amigos, pode-se dizer que o nosso RODEO acabou. Somando os 426km que o GPS diz faltarem pra chegarmos em casa, o percurso todo somará 9.044km, fiz a conversão  das moedas e a soma dos trechos, incluindo o que falta para SP, e o gasto total de combustível será de 520 litros, totalizando R$1.600,00 e resultando numa média de consumo de 17,4 km/litro. Todos os trechos precorridos eram asfaltados, e tirando uns pedaços da Argentina ao redor da Pampa Del Infierno, e uns pedaços aqui na BR-101 em SC, pode-se dizer que a qualidade geral do piso foi muito boa. Até o final da viagem vai dar 39 abastecimentos (11 no Brasil, 14 na Argentina, 11 no Chile e 3 no Uruguay). A moto do Marcão marcou 1,6% menos que a minha, o percurso total dele será de 8.871km.

Amanhã retornaremos ao conforto dos nossos lares, ao braços de nossas amadas e para os nossos filhos; confesso que estou ansioso para isso, já estou com muita saudades deles e com o traseiro meio quadrado demais. Espero que vocês tenham curtido a viagem, nós adoramos; é uma experiência para contar pros netos. Nos próximos dias vou fazer uma seleção de fotografias e subir para um álbum do Picasa (clique aqui), e depois de editado o filme, vou colocar no meu canal do Youtube (esse vai demorar um pouco, tem muito material para editar, mas valerá a pena aguardar).

Qualquer novidade eu coloco outro post aqui, talvez eu faça um com curiosidades e dicas, deve ser interessante!

Bye, bye e até a próxima.



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

RODEO - Day 15 (a dois estados de casa)



Só faltam mais dois estados pra chegar em casa!

Em primeiro lugar quero agradecer a audiência, já passamos de uma dezena de acessos diários. Obrigado caro amigo, amiga, esposas, pais e mães, filhos, valeu mesmo, esperamos que vocês estejam curtindo a viagem na garupa; olha só, já não cabe mais num carro, teremos que arrumar uma Sprinter pra levar todos vocês!

Um programa de televisão apresentou uma pesquisa de uma universidade americana, na qual os pesquisadores estavam criando uma luva para refrigerar as mãos dos atletas de alto desempenho, por exemplo, um tenista poderia, no intervalo entre os games, refrigerar seu corpo e assim aumentar seu desempenho, que cai quando o corpo fica muito aquecido. Lembrei disso hoje quando estava saindo de Pelotas, pois como estava garoando, nós  já saímos com capa de chuva por cima da jaqueta, então imagina o calor, daí eu fui sem  luvas pra usar as mãos pra refrigerar um pouco meu sangue!


E hoje de manhã nossa saída foi mais rápida pois o Marcão só tirou TRÊS das QUATRO malas da moto dele, é que tem uma mala onde ele está colocando só as roupas sujas, então já faz dias que essa fica na moto. Eu já perguntei pra quê ficar carregando tantas malas pra lá e pra cá, mas tomei a habitual `Marcada`: “_ É um problema de logística que você não tem capacidade pra entender!” – acho que ele está certo! E não é só carregar, não. Ele tira tudo de dentro e coloca tudo de novo, todo dia! Ô mala arrumadinha!!! O pior é que nem posso falar muito mal, pois ele está sendo um ótimo companheiro de viagem, e também é um dos leitores do blog, então...


No Graal de Porto Alegre eu tirei a capa de chuva e na parada seguinte, no posto do Japonês (posto novinho, tem 6 meses)  em São João do Sul, indo pela BR-101, tive que colocar de novo pois perto da Lagoa do Sombrio choveu bem chovido!  E não posso deixar de comentar que mineiro é que nem formiga, tem em todo canto mesmo, hoje vi uma carro com placa da cidade do meu pai, um carro preto de São Sebastião do Paraíso, e pra coroar o dia, chegamos no hotel em Garopaba, SC, e tem duas motos aqui de uns motociclistas lá de Casa Branca, cidade do interior de SP, quaaaase em MG, vizinha da cidade onde moram meus pais. O Julio (meu xará) e o companheiro, saíram de Casa Branca a uns 6 dias e estão descendo.


Em tempo, no Uruguay as motos não pagam pedágio; no RS antes de chegar em Porto Alegre também não, mas tem que passar pela cabine onde o operador libera a cancela, mas na free-way após Gay Harbor paga (o apelido me foi informado por um gaúcho conhecido), foram dois pedágios até chegar em Santa Catarina, que também cobra pedágio de motos.




Fomos fazer uma happy hour no bar Al Capone, aqui em Garopaba, onde encontramos o Luciano, amigo do Ronaldo (o Boy), que conhecemos a uns 4 anos atrás quando estive aqui pela primeira vez. Conversamos bastante e contamos as nossas façanhas dos últimos dias. Como disse o Marcão, basta chegar de moto pra ter assunto, se a gente tivesse chegado de carro não teria tanta conversa. Aliás, logo que chegamos, uma senhora local, já nos deu as boas vindas e disse que nós motociclistas somos os “Cavaleiros do Apocalipse” (cada uma) e ela disse que na próxima encarnação vai nascer motoqueira, com certeza! Aproveitamos e pedimos uma dica de hotel e ela nos mandou pro Hotel Lobo, o primeiro de Garopaba, onde ela se hospedou 40 anos atrás, e a dica foi ótima, pois cá estamos!

E por falar em moto provocando amizades e encontros com pessoas de lugares insólitos, na noite em Punta, saindo do restaurante, tinha um sujeito olhando as motos e reparando que eram do Brasil, e daí começamos a conversar pois ele queria saber se dava pra alugar Harleys em São Paulo e outras dúvidas desse tipo, daí ele disse que morava em Toulouse na França e que tem uma Harley lá, e que ele era natural de Andorra. Andorra é um pequeno principado entre a Espanha e a França, nos Pirineus, que foi nosso destino no ano novo de 1998, recomendação do amigo Alexandre, quando a Marcia estava grávida do Rodrigo; adorei as estações de esqui de lá: Pas La Casa, Arinsal,... Foi uma surpresa encontrar alguém nascido lá, ainda mais no Uruguay! Hey Humberto, drop me a line when you decide to come to Brasil, sorry if I don't wrote it in french, but my french is worst than my spanish (that you already got to know)! I'll try to make some time to re-write this trip log in english when I get back home!





RODEO - Day 14 (Brazil,zil,zil)



Já perdi as contas de quantas vezes tive que limpar o capacete nessa viagem, tirando os dias que andamos pela cordilheira dos Andes e pelo deserto, nos outros dias a gente tinha que limpar a viseira em quase todas as paradas, e à noite tem que dar um trato geral no capacete pra tirar todos os restos dos bichos. Isso porque eu não sou muito fresco com essa questão de manter tudo limpinho (é que capacete limpo é item de segurança), porque o `flanelinha` do Marcão fica esfregando o roupa dele quase toda noite, faz duas semanas que estamos na estrada e a roupa dele parece saída da loja!

Hoje já estamos de volta ao Brasil, na passagem pela fronteira em Chuí, paramos num free shopping pra comprar uns `recuerdos` para a família e fiquei surpreso com a quantidade de lojas, com o tamanho delas e com a variedade de itens, parecem com as lojas dos grandes aeroportos; muitos dos carros estacionados (talvez  a maioria) eram do Uruguay, o Marcão disse que eles vem de Punta e Montevideo pra fazer compras aqui pois é mais barato.



O ponto alto dessa viagem de hoje foi  a `lancheria` que o Marcão escolheu pra parar, estávamos pra entrar na reserva do Taim, no município de Santa Vitória do Palmar e sabíamos que não haveriam postos por lá, daí como estávamos com fome, ele viu o restaurante na beira da estrada, a Lancheria Esperança, e não pensou duas vezes pra estacionar em frente, pelo menos o nome dava alguma esperança. Tinha uns lanches de presunto e queijo em pão de forma, mas a forma era tamanho `extra-large`, e daí o Marcão perguntou se não dava pra esquentar na chapa, ou algo parecido, mas  a resposta foi negativa, comemos frio mesmo. E para nos mostrar que a vida não é nada sem ironia, poucos quilômetros depois passamos por um posto de gasolina com um `comedor` caprichado, com parilla e tudo mais. E pensar que colocamos o adesivo da Confraria na porta da Esperança.

Mas para compensar esse almoço (?) o jantar foi nota dez, chegamos em Pelotas, mais especificamente na praia em Laranjal, numa pousada legal chamada Krolow e na esquina tem um restaurante chamado Aki na Praia que também faz parilla, pizza de metro e outras delícias. Nós comemos um entrecot com queijo e cebolas que é digno de menção honrosa nesse blog, ficou difícil de escolher entre o Bar do Lobo e o Aki na Praia, mas na minha opinião o entrecot daqui pareceu mais gostoso que o `ojo de bife` de lá.

À tarde quando chegamos fomos dar uma volta no novo calçadão à beira da praia, que é de areia mas não é mar, fica no final da Lagoa dos Patos, quase chegando na barra de Rio Grande, mas não dá pra ver a outra margem, parece mar mesmo, é como dizia o vaqueiro gaúcho:  “Mar, velho mar!!!”

Ao lado, algumas capivaras na reserva do Taim (vimos várias delas mortas atropeladas nesse trecho de estrada, para alegria das árvores de rapina).

E vou me despedindo hoje com algumas fotos de casas de veraneio ao norte de Montevideo e também ao norte de Punta Del Este, vejam que bacana!







sábado, 27 de outubro de 2012

RODEO - Day 13 (@Punta)



Da primeira vez que estive em Montevideo fiquei com uma impressão muito boa da cidade, e agora que voltei gostei ainda mais pois tive a oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade quando saímos pra jantar ontem e hoje de manhã, um sábado ensolarado, quando pudemos ver como todos saem às ruas e vão à praia e aos parques, mesmo sem ver muita polícia, a sensação de segurança, mesmo à noite, é muito grande. O Marcão notou que não vimos um único carro blindado e as pessoas andam com o vidro aberto. Saindo da cidade, mais ao norte, passamos por uns bairros com muitas casas muito bonitas, que parecem ser de veraneio.

Em Punta Del Este, é o mesmo, só que mais bonito, pois esta é mesmo uma cidade de veraneio e tem muitos turistas. A marina, junto ao Iate Clube, é muito bem cuidada e está muito maior do que da última vez que estive aqui. Tive duas surpresas nessa visita: uma delas foi ver lobos marinhos sendo alimentados no píer, para alegria dos turistas, e a outra foi encontrar um barco que era meu vizinho de marina em Paraty, na Porto Imperial, é um veleiro de 52 pés chamado Amazon, que tinha sumido de lá e agora olha só onde ele  veio parar. Outra coisa legal foi ver um veleiro de 1942 que ainda compete com o clássicos da Rolex, é um barco de madeira com projeto do German Frers, e tenho quase certeza de que os barcos da Classe Brasil foram feitos para competir contra esses barcos daqui e também contra  barcos argentinos semelhantes.

No caminho para Punta, passamos pela entrada de Piriápolis e me lembrei de quando passei um dia lá com o meu filhão, estávamos voltando da argentina com a Pluna e tivemos que parar em Montevideo e aguardar um voo para o dia seguinte, então eu e o Rodrigo aproveitamos para visitar Piriápolis, foi bem legal, nos hospedamos num hotel com mais de 100 anos e que não fazia questão de esconder a idade. O legal foi o contato que tivemos com o povo daqui e ver como em todas as tardes ensolaradas, os jovens, os velhos, homens, mulheres, crianças, vão para a orla para curtir o entardecer brincando e tomando o mate naquelas cuias menorzinhas que eles usam por aqui. Pude comprovar isso agora vendo o povo de Montevideo fazer o mesmo.


Hoje em Punta, almoçamos ao lado da marina num restaurante chamado Napoleon e comemos um peixe local chamado brótola, carne branca, muito gostoso, e a Patrícia também estava deliciosa (calma Marcia, é o nome da cerveja!).  Hoje nós chegamos  até “a outra” mão plantada no chão, eu já tinha visto essa mão aqui de Punta quando da outra vez que estive aqui, mas depois de ter visto, uns dias atrás, a mão do deserto de Atacama, bem próxima ao oceano Pacífico, ver essa mão aqui às margens do Atlântico, teve um significado muito especial.

Esqueci  de mencionar, ontem quando perguntei pro Ernesto, onde a gente poderia comer um `bife de chorizo` ele me cortou na hora e disse  pra eu não falar assim “desse lado do rio” porque isso coisa de hermano e eu poderia ofender alguém, e que aqui no Uruguay eles falam `biche ancho`, aprendi!!!











RODEO - Day 12 (Viernes @ UY)

Montevideo

A melhor parte desse dia foi, sem dúvida, a noite; pois jantamos muito bem. Pra começar esse post vou indicar o Bar Lobo, na Calle Coronel Mora, onde o Ernesto, concierge do Ibis recomendou que fôssemos comer, ele indicou a perna de cordeiro (divina) e nós pedimos também um `ojo de bife ancho` (maravilhoso), que é um baby beef preparado pelo chef Fernando Caprile, com um molho de queijo de lamber os dedos.

Mas o dia teve mais `unas cositas`, levantamos cedo em Junin, tomamos o `desarrumo`, abastecemos no YPF em frente e pé na estrada. Hoje pela primeira vez pegamos chuva, quando estávamos chegando numa praça de pedágio começou a chover e daí a gente aproveitou a estrutura de apoio que eles tem e colocamos a capa de  chuva, mas logo depois parou de cair água e em seguida secou a pista e não choveu mais.



Esse trecho foi curto, mas muito complicado pois toda hora tinha uma vila ou uma obra pra atrasar a viagem, e a gente tinha horário pra chegar em Buenos Aires pois planejamos de pegar o Buquebus para Colônia del Sacramento, no Uruguay e essa `balsa` saía as 12h30. Quase que o trânsito de BsAs atrapalhou, pois chegando na capital federal, enfrentamos um trânsito que não tinha nem corredor pra motos. A gente não pagou pedágio em toda a Argentina, mas no último trecho de 50km pra chegar em BsAs tinha três pedágios que cobravam moto e lá se foram $8 pesos por moto, e se fosse horário de pico, seriam $10 por moto, portanto a dica é sempre andar com um dinheirinho no bolso.
Numa outra viagem com o Chanka, nós entramos no Uruguay e passamos um aperto pois tinha um pedágio e a gente não tinha pesos uruguais e tivemos que pedir favor para um cara nos trocar uns dólares. Mas hoje passamos por 2 pedágios no Uruguay, entre Colônia e Montevidéo, e as motos não precisaram pagar nada pra passar.





O maior gasto hoje foi o do Buquebus, pois o ticket custou aproximadamente US$126,00 por moto+motociclista; o pior é a desorganização da estação do Buquebus, pois tem uma fila pra solicitar o ticket, outra fila pra pagar o ticket, mais uma fila pra pegar o cartão de embarque e outra fila pra fazer a imigração, e elas não são em ordem e nem são sinalizadas, ou seja, uma `baita` zona, quando atravessei do Uruguay para BsAs acho que foi mais simples. Hoje gastamos mais de uma hora para conseguir fazer todo esse trâmite burocrático mas terminamos em tempo, se bem que o Buque atrasou uns 15min pra sair. Mas o barco é fantástico, ele viaja a 64km/h (marcado no GPS) e faz a travessia em apenas uma hora, levando dois andares de passageiros e mais dois andares de carros (mas dessa vez menos de um andar estava ocupado com veículos); tem setores vip (primeira classe) e 3 bares, e  também um free-shop que abre 15min após a partida; os preços são equivalentes aos free-shops brasileiros.


Chegando em Colônia a gente apenas abasteceu no posto Ancap quase em frente à saída e pegamos a estrada para Montevidéo (Ruta 1) pois a gente queria pegar a concessionária BMW aberta pra ver o preço dos pneus das motos. O pneu dianteiro do Marcão já está no  fim e se o preço fosse bom ele iria trocar. Chegamos a tempo, e a concessionária não tinha pneu para nossas motos, só para as 800, e o vendedor nos indicou uma revenda da Michelin ali perto, e a revenda (gomeria) por sua vez nos indicou uma outra revenda que vende `neumáticos` de moto, e daí encontramos o lugar, mas o preço do Anakee 2 dianteiro sairia o equivalente a R$480, e teríamos que procurar um lugar pra montar, enquanto que em São Paulo custaria uns R$380 já montado. Segundo mito  desfeito da viagem: a gasolina argentina é mais cara que a brasileira e os pneus no Uruguay são mais caros que no Brasil! Resumindo: o pneu do Marcão vai ter que durar o resto da viagem!


Esqueci de escrever ontem, mas o Marcão ficou muito satisfeito com o atendimento na revenda Yamaha de Junin onde ele comprou o óleo Motul 7100 para completar na moto dele. O rapaz foi atencioso e depois de pago o óleo (aceite) e ofereceu a oficina pra trocar, disse que poderíamos usar as ferramentas e perguntou se precisávamos de algo mais da loja. Como eu sempre disse, tirando o argentino da capital, em todas as cidades menores eu sempre fui muito bem tratado pelos `hermanos`. A surpresa negativa nessa viagem foi descobrir que os chilenos em geral foram muito grossos e pouco prestativos, exceção ao vendedor da revenda Touratech em Santiago que foi muito prestativo, indicando um ótimo hotel e os locais onde poderíamos lavar as motos; mas de resto não temos muita coisa boa pra falar, principalmente a Márcia que passou um perrengue danado com a questão da Lan Chile ter perdido a mala dela (não encontrou até agora!). 

Mar del Plata em frente ao Ibis

E por falar em perrengue, a gente estava lembrando hoje da péssima noite que passamos em Susques. Ficamos num hotel muito abaixo da média, com um quarto minúsculo, sem água quente pro banho e camas horríveis, e um frio medonho; tudo isso junto com o mal da altitude (e ainda estava no pico da gripe), foi uma noite pra esquecer (se a gente conseguir), o Marcão definiu bem, se essa viagem fosse uma luta de judô, aquele teria sido o momento de dar os tapinhas no tatame pedindo arrego. E o pior, em San Pedro o Marcão encontrou um grupo de brasileiros que vimos na subida para Susques, e eles também se hospedaram lá, mas em outro hotel, entre a cidade e o outro posto de gasolina, e o sujeito falou bem do hotel, que era bom, com banho quentinho... tem ideia da raiva que dá, descobrir que nós não só escolhemos mal pra caramba o local da parada e ainda caprichamos na escolha da pior cocheira disponível a quase quatro mil metros de altura? Como diria nosso amigo Betão: "São tantas emoções, mora!!!"


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

RODEO - Day 11 (Jueves @ Junin)

Mendoza pela manhã

Hoje fizemos uns 800km de Mendoza até Junin, no caminho para Buenos Aires. Saindo de Mendoza para San Luis, a estrada é dupla mas o asfalto está fresado e bastante remendado, mas no geral, está bom; quando saímos da província de Mendoza e entramos na província de San Luis, a estrada melhorou bastante e notei que era toda iluminada com postes de luz durante os 80km até chegar em San Luis e nos 130km seguintes até entrarmos na província de Córdoba, cada km tem 15 postes, faça as contas... Quando trocou  de província a estrada voltou a ser simples, mas ainda de boa qualidade. Essa RN 7 é o melhor caminho para atravessar a argentina, com certeza, e no mapa do google, aparece interrompida depois de Vicuña Mackenna, mas não está, pode passar que está inteira.


Antes de passar adiante, dá uma olhada no Marcão com as malas dele; todo dia é a mesma ladainha: tira esse monte de mala da moto, sobe pro quarto, desarruma tudo (desayuno, segundo ele) e arruma tudo de novo. A moto dele está tão carregada que hoje eu notei que quando ele passou rápido por um caminhão, foi o caminhão que chacoalhou, e não a moto!!! Por falar em moto de passagem, quando estávamos parando no posto YPF em Laboulaye, passaram 3 V-Stroms de São Paulo, acho que os caras também estão voltando do Chile, mas nem conversamos, eles pareciam com pressa, talvez quisessem chegar em Buenos Aires ainda hoje.



E sobre o congresso de ontem, não era medicina geral, era de G.O. promovido pela FASGO (Federação Argentina de Ginecos).


Estamos em Junin, uma cidade de 100mil habitantes e bastante legal; aqui capacete é opcional pelo que percebemos, vimos uma família inteira sobre uma moto com uma criança de uns 2 anos, todos sem capacete, é lógico!

Olha a criança na frente





quarta-feira, 24 de outubro de 2012

RODEO - Day 10 (Paso los Libertadores)




Estou dormindo com plugs no ouvido pra anular a sonora companhia do Marcão, e está funcionando muito bem, aliás, bem até demais, pois não escuto nada, e daí dormindo quentinho e em silêncio, eu não acordo! A gente combinou de sair mais tarde hoje pra não pegar muito frio na cordilheira, mas eu queria acordar antes das 8h30. Mas deu tudo certo, tomamos um bom café no hotel e pegamos a estrada às 10h da manhã. 


Fiquei economizando os pesos então estava abastecido para pagar os pedágios até a fronteira, são 3 e totalizam 1.600 pesos por moto. Mesmo pagando os pedágios e dois chocolates quentes  em Portillo, ainda me sobraram uns 15.000 pesos chilenos que vou ter que trocar quando voltar.

Passamos por Guardia la Vieja, o local onde dormi quando eu vim em 2004, mas não reconheci o hotel/restaurante onde ficamos, acho que demoliram aquele troço (graças aos céus). Abastecemos em Rio Blanco, que é o último posto antes de Uspallata e fomos subir a cordilheira pra chegar à fronteira, mas paramos um pouco antes na estação de esqui de Portillo, à beira de um lago andino muito bonito. Entramos pra visitar o hotel e aproveitamos pra tomar um chocolate caliente e usar os baños. Fora de temporada essas estações ficam uma tristeza de tão vazias, quando  chegamos ao grande salão do restaurante com vista para o lago, os três funcionários estavam sentados às mesas batendo papo, e daí nós chegamos pra atrapalhar a folga.

A passagem pelas fronteiras e aduanas é uma comédia, na saída do Chile ninguém nem olha pra sua cara, daí depois de passar o túnel Cristo Redentor, com 3 quilômetros de fuligem de caminhão suspensa, chegamos a umas cabines, tipo pedágio, onde um argentino grosso pergunta sua `placa patente`, daí você diz  a placa da moto e ele anota num pedaço de papel de pão e mete um carimbo, e quando você olha o que está anotado é qualquer outra coisa, porque ele não entende o que a gente fala; a minha placa ele até acertou mas a do Marcão...


Quilômetros depois a gente chegou ao centro aduano argentino, daí a coisa era caprichada com vários guichês e muitas filas, um pouco à nossa frente tinha uma moto vermelha com placa da Inglaterra, era uma  V-Strom 650 com 3 malas grandes e o maluco me disse que estava vindo do Qatar, antes de chegar à Santiago, onde ele tinha ido pra San Pedro no Atacama e passeado por outros lugares também; me disse que estava indo pra Mendoza e que no final de semana tinha uma festa em Buenos Aires; perguntei a quanto tempo ele está na estrada e ele me respondeu que faz 40 anos (!) e que ele é engenheiro então pode trabalhar de qualquer lugar; bom, com aquele rabinho no cabelo e aquela cara de bicho grilo, ele deve ser engenheiro químico com especialização em metanfetamina.



Depois de passarmos pela aduana, andamos mais uns 17km até a barreira da Gendarmeria argentina, que pediu o tal papel de pão (agora cheio de carimbos) e nos liberou pra entrar no sagrado solo argentino!

Daí foram mais uns 50 km até chegar em Uspallata onde paramos pra tomar um café antes de descer a serra pra Mendoza. Um pouco depois da saída de Uspallata, o trânsito parou por causa de um motoqueiro que arrebentou sua Harley numa curva, acho que ele estava indo pro encontro no Chile, mas a viagem dele acabou porque a moto destruiu, ficamos até surpresos dele estar de pé e bom o suficiente pra estar bravo.

Chegando em Mendoza, fomos direto pro Ibis, que não tinha vagas por conta de um congresso médico que está ocorrendo até sexta-feira na cidade. O rapaz do balcão ainda nos disse que tudo estava 100% ocupado e que a melhor chance nossa era saindo da  cidade e procurando os hotéis mais afastados, ou poderíamos tentar a sorte no centro. Alí perto vimos um Intercontinental e resolvemos parar, para nossa supresa, era lá mesmo que estava ocorrendo o congresso, pois eles tem o segundo maior centro de eventos do país (perdendo apenas para Buenos Aires) e apesar disso eles tinham uma vaga pra gente. Check-in feito e banho tomado, agora estamos no shopping em frente onde jantamos e estamos `filando` a internet gratuita á que no hotel eles cobram.









MENDOZA