domingo, 22 de maio de 2011

3º Cruzeiro Costa Sul - Florianópolis

F  L  O  R  I  P  A


Uhú, chegamos! Parece um sonho... já vim pra Floripa muita vezes, mas essa é pra lembrar pra sempre!!! Apesar do vento na cara e no mar que não ajudou, chegamos e chegamos bem. É uma vitória para todos os participantes. A foto abaixo foi tirada na sede central do Iate Clube de Santa Catarina - Veleiros da Ilha, logo antes do jantar de recepção oferecido pelo iate clube.






Vejam outras fotos da chegada, vindo pela baía norte de Florianópolis!













O Digão foi o fotógrafo da chegada. Ainda bem que já estamos na era digital senão esse menino teria acabado com todo o meu suprimento de filmes (que ele nem sabe o que é!).









A Gabi tinha mais o que fazer  do que ficar vendo pontes velhas serem ultrapassadas (por baixo).


Ela gosta é de fazer o ninho e ficar brincando dentro da cabine do Ausgang, bem quentinha pra espantar   a frente fria.



O AUSGANG teve a honra de fundear bem ao lado do Anita I, esse lindo veleiro clássico do Instituto Carl Hoepcke que, segundo me disseram, é o veleiro mais antigo do Veleiros da Ilha.









E o que não poderia ser diferente depois de tantos perrengues juntos,  os amigos que fizemos nesse último mês vão deixar saudades. Ao lado está o nosso "Pomodoro" do cruzeiro, o colorado (e caracterizado como tal), Ícaro, 'simpatissíssimo' como sempre.





E esse ao lado é o nosso amigo 'mafiosi' Ubaldo, do Cônero. Mais um para quem não existe tempo ruim, estava sempre feliz e com um ótimo astral; sorte do seu tripulante, o grande fotógrafo Filipe, a quem devemos grande fotos desse cruzeiro.

E, voltando um pouquinho pra Itajaí, temos que registrar o encontro com um pescador, marinheiro, armador e, principalmente, entusiasta do mar, o grande Arizon. 

Ele embarcou no Ausgang com histórias deliciosas de sua infância na beira do Itajaí, pescando pra botar comida no prato até chegar ao seu próprio estaleiro de onde saiu, inclusive, o seu barco homônimo 'Arizon', um veleiro de 52 pés todo feito de ipê e com mogno, seu orgulho, como não podia deixar de ser. Ficamos muito felizes de saber que o Arizon tem um casal de amigos argentinos, que são escritores, e se interessaram por escrever sua história, e esse é um livro que eu não vou perder.






Finito! Terminamos o Cruzeiro Costa Sul e agora já estamos programando a volta para SP. O vento que foi sul durante toda a descida, agora está rondando para nordeste pra atrapalhar a subida... eu mereço!!! Mas, como eu sou do time que 'ajusta as velas' (realista) ao invés de ficar esperando o vento mudar (otimista) ou simplesmente reclamar do vento que não ajuda (pessimista), vamos seguir em frete, não é mesmo!













domingo, 15 de maio de 2011

3º Cruzeiro Costa Sul - Itajaí


Cá estamos (toda a família agora) em Itajaí. Estou muito feliz pois a Márcia chegou ontem com as crianças e agora a tripulação do Ausgang está completa. Essa foto mostra a vista que tenho agora enquanto escrevo à bordo do Ausgang; o barco da esquerda aceso é o Arthi e o da direita amarrado ao trapiche é o MM2000, todo apagado (pois foram pra pizzaria), esse do meio não está no cruzeiro e é daqui de Itajaí. O Saco da Fazenda é muito tranquilo, parece que o barco está parafusado de tão paradinho, nem na Cotia é assim paradão, já que aqui nem há movimento de outros barcos, a única noite que passei a bordo tão tranquilamente, foi no fundo do Saco do Mamanguá a muito tempo atrás. O estranho é estar aqui nesse sossego e de tempos em tempos escutar aquele buzinaço dos big ships que passam pelo canal, relativamente perto da gente (uns 300mts).

Ontem fui buscar a família no aeroporto de Navegantes depois de ter ido à recepção oficial para os participantes do cruzeiro; aqui em Santa Catarina é assim, as prefeituras, na figura das secretarias de turismo, faz questão de receber os visitantes, foi assim em São Francisco do Sul e agora aqui em Itajaí, com a Secretária Valdete Campos.

Por falar em SFcoSul, tenho que apontar a valiosa companhia do Cap. Ícaro, nosso "pomodoro" (como diria o mafiosi Ubaldo do Cônero - grande figura). Pra não me deixar sozinho nessa perna, o amigo Ícaro subiu a bordo do Ausgang com deliciosas histórias de navegadores e aviadores, e mesmo o vento na cara e o mar mexido não nos tiraram o prazer de chegar em Itajaí, onde no último trecho de umas 12 milhas, nosso rumo permitiu uma navegada numa orça bem apertada mas como o vento batia 17kt, o Ausgang voava a mais de 7kt, bem adernado!



Voltando à recepção, fomos muito bem recebidos aqui também: a Secretaria de Turismo nos ofereceu uma recepção com comida e chope à vontade (uêba) e a ANI (a associação nautica) nos acomodou em suas próprias poitas, além de terem nos recebido ainda no canal e guiado cada barco até a poita; agradeço pessoalmente ao Cláudio, ao Rafael, Orlando, Alexandre, Anderson e outros colegas que fizeram tudo pra gente se sentir em cada. Como a associação ainda não tem uma sede, não puderam oferecer instalações para banho, mas eles tem um contêiner na praia com banheiro e um banho quentinho delicioso, só quem viaja entende o quanto um banho quente é importante quando chegamos num lugar estranho e longe de casa, pra mim é o maior prazer da chegada, quando fico novamente quentinho e com uma roupa limpa e sem sal grudando!!!

Como hoje amanheceu chovendo (a mesma chuva de ontem à noite) e ainda não parou, daí eu, minha comandanta e as crianças resolvemos fazer um programa de paulista mesmo.... fomos para um shopping sequinho e com um cinema quentinho (está bem frio aqui).



Depois do cinema (assistimos RIO) fomos na Marinha pois a Fragata Independência e a Corveta Jaceguai estavam abertas pra visitação pública. 

Foi legal, porém um pouco frustrante pois a gente só pôde andar por áreas externas e eu queria era ver por dentro, né!


Como ninguém mais aguenta navegar com vento na cara, vamos ver a previsão amanhã pra ver se dá pra sair pra Portobelo, se não estiver bom acho que a gente só sai daqui na terça. 

Em 2013 acho sábio adiantar um pouco o CCS pra pegar pelo menos um restinho de nordeste pra ajudar a descer.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

3º Cruzeiro Costa Sul - Joinville


O dia das mães estava chegando e eu tinha que ir pra casa ver meus filhos e minha amada esposa, senão ia caracterizar abandono de lar, daí adiantei minha ida para Joinville aproveitando que tinha que levar o nosso comodoro Napoleão que também ia embarcar pra casa. 

Fomos recebidos no JIC (Joinville Iate Clube) pelo amigo Gunther Weber que nos fez sentir em casa. Ele nos mostrou um Velamar 27 que está reformando e que está ficando um espetáculo, pintado de vermelho e brilhando, dá gosto de ver. Ele desenvolveu uns degraus para o mastro (que estão instalados nesse Velamar) que ainda vou colocar no Ausgang.


Por falar em Ausgang, nosso lindo veleiro está descansando lá no JIC até minha volta na quinta-feira, nossos amigos de cruzeiro devem chegar no JIC amanhã (terça) e no próximo domingo devemos sair para o sul, espero que seja para Itajaí, que eu gostaria de conhecer.


Bom, o almoço de dia das mães foi ótimo, meus pais e irmãs vieram para minha casa e fizemos uma boa festa, entregamos os presentes e depois ficamos brincando com as crianças; valeu muito a pena ter vindo, vai fazer o resto do cruzeiro ficar mais prazeroso. Aliás, no sábado a família volta a embarcar comigo pra terminarmos a viagem até Fpólis. See you...


sexta-feira, 6 de maio de 2011

3º Cruzeiro Costa Sul - Babitonga



Ontem fizemos a melhor perna da viagem até o momento, 60mn em apenas 9h vindo de Paranaguá e chegando em São Francisco do Sul, metade desse trecho velejando com um ventinho delicioso de 9 a 11kt que vinha de ESE, quase de través, e com sol e um mar de almirante. Só a saída de Paranaguá por Galhetas é que foi "emocionante", é que fiz minha derrota saindo ao lado do canal balizado pra não ficar no caminho dos navios, só que eu não sabia que o pessoal draga o canal e joga a areia dos lados, ou seja, era muito raso e daí  vimos umas espuminhas e logo em seguida, de repente, estão lá as ondas estourando na proa do barco, apenas duas delas subiram pra passear pelo convés, mas nem chegaram a molhar o cockpit, acho que as pessoas que estavam à salvo no canal e viram até a quilha do Ausgang saindo da água, é que ficaram mais assustadas do que a gente...

Em tempo, perguntaram sobre as mutucas do varadouro: bom, vimos diversas delas mas confesso que não incomodaram pois agora no outono parece que elas dão uma sumida, a única reclamação quanto a insetos é com relação aos malditos “porvinhas” – o JP tinha avisado pra fechar bem o barco no entardecer pra garantir o sono, e foi  o que fizemos, mas alguns pequenos desgraçados acharam algum buraquinho e entraram , mas só fomos perceber pela manhã, então nem chegaram a incomodar muito.


Aqui em São Francisco do Sul o tempo está ótimo, muito sol e muito calor, inclusive humano, pois fomos muito bem recebidos por todo mundo, incluindo comerciantes e população que tratam bem os visitantes.  A cidade é muito interessante, já tem 507 anos e o centro da cidade fica às margens da bahia da Babitonga e tem ao lado um grande porto de carga, e na orla marítima tem praias badaladas como Ubatuba e da Enseada, com muito turismo. Sua população é de 47 mil habitantes, mas nas temporadas salta pra perto de 200 mil pessoas.


 O nosso presidente já fez a entrega da placa de agradecimento da ABVC para a prefeitura e quem a recebeu foi a Srta. Jamile, secretária de turismo, que inclusive nos prometeu um píer do município para o próximo Costa Sul, pois o mesmo já foi licitado. O píer atual oferece somente um meio de desembarque e foi utilizado pelos 34 navios que pararam na Bahia da Babitonga nesse verão passado.

A Sra. Ana Lúcia, diretora do Museu Nacional do Mar (que vale muito a pena ser visitado), também colocou a nossa disposição o pier do museu e as instalações;  parece ser bem legal, mas existem duas restrições: calado, pois não parece ser muito fundo e quantidade de vagas pois deve comportar apenas uns cinco barcos.
Daqui o cruzeiro deve seguir mais para o fundo da Babitonga onde fica Joinvile e passar uns dias por lá antes de seguir para a próxima etapa, que deve ser Itajaí. Diversar pessoas, inclusive esse que vos escreve, irão voltar as seus lares amanhã para comemorar o dia das mães com as suas respectivas, e depois retornar para cá. Para os que ficam, amanhã haverá uma regata aqui em São Francisco e os nossos veleiros foram convidados, não sei se alguém participará, aguardem novidades.

terça-feira, 3 de maio de 2011

3º Cruzeiro Costa Sul - Abril 2001



Até que enfim o AUSGANG vai sair pra um cruzeiro decente, vamos participar do CCS 2011 que descer do Bracuhy no RJ até Florianópolis em SC. A primeira "perna" foi super tranquila, com os amigos Samuel e Valéria à bordo com suas filhas, fomos de Paraty até Paraty Mirim e depois pra Ilha da Cotia onde nos encontramos com o restante da flotilha que vinha do Bracuhy para o churrasco no sábado da Páscoa (que foi mais um sucesso de público, organização e diversão).


No domingo pela matina a gente saiu com destino à Ilha Anchieta e depois Ilhabela na segunda-feira. Big mistake! Pegar a cabeça da frente fria subindo, foi muiiiiiito desconfortável e todos passamos mal à bordo; decidimos nos abrigar na Ilha das Couves pra comer alguma coisa e tomar um banho quente ante de prosseguirmos para a Ilha Anchieta, onde chegamos já de noite ainda com muita chuva. Vi na TV que choveu em 4 horas o que costuma chover em 6 meses; foram mais de 200mm e com vento, que foi o pior pra nós.


A explicação do Ricardo Amatucci (nosso apoio logístico em terra):
A previsão meteorológica do Costa Sul está sendo feita em duas frentes: eu aqui do escritório e o Ivan (Taai-Fung) lá da Holanda.
As consultas são feitas pelas cartas sinóticas da Marinha, pelo serviço pago do Buoyweather, pelo windguru e pelo Ugrib, e se possível ainda ligamos para alguém no destino a frente.
Esssas previsões com as devidas interpretações e pareceres são passadas ao Comodoro.
Infelizmente a turma resolvei adiantar a saída da Cotia porque alguns não queriam sair pela Joatinga à noite... e pegaram a cabeça da frente adiantada.
O parecer dado e o horário programado no caso era sair à noite de domingo (23h) e ir direto pra Ilhabela. Certamente não teriam pego a porrada da cabeça da frente, embora o tempo não estivesse um "mar de almirante"...
Mas são coisas da navegação. O importante é que chegaram bem e pela previsão atual parece que a ida para Santos deve ser bem mais tranquila.



Ficamos em Ilhabela no Iate Clube de Ilhabela e também no Pindá Iate Clube até quinta-feira à noite, quando saímos às 19h00. A ida pra Santos foi realmente mais tranquila, ainda bem, senão eu daria meia volta... Foi uma pena chegarmos no Iate Clube de Santos com um tempo ainda encoberto, e choveu bastante depois. Meu companheiro nesse trecho até Santos foi o Adriano lá de Ilhabela, que está nos preparativos finais pra expedição que ele fará de moto para o Alaska (veja mais em http://ilhabelaalaskailhabela.blogspot.com/). Aqui em Santos embarcou o novo comodoro do cruzeiro, o Maurício Napoleão, que será meu companheiro de navegada até São Francisco do Sul em SC. 


Saímos de Santos às 13h30 de sexta-feira com tempo encoberto, mar tranquilo e vento fraco contrário; a navegada para a Ilha do Bom Abrigo em frente a barra de entrada em Cananéia foi bem tranquila. A noite foi estrelada e tivemos poucos percalços no caminho, apenas uma rede de pesca, bem sinalizada com luzes estroboscópicas, e uma lancha que passou em frente aos veleiros iluminando com uma luz muito forte e assustando um pouco as pessoas; mas era só uma lancha indo ajudar a recolher uma rede de pesca.


Chegando na Ilha do Bom Abrigo pela manhã, tomamos um bom café e um banho pra renovar as energias, enquanto aguardávamos pelo estofo da maré para adentrar a barra de Cananéia, que é bem mais simples do que o pessoal costuma dizer; basta seguir os waypoints e/ou a carta da marinha (que está atualizada, apesar de indicar bóias que não existem mais). E a entrada vale à pena pois Cananéia vale a visita. Nos disseram que o marco do Tratado de Tordesilhas, fica bem alí  na ponta do Ilha do Cardoso, à bombordo de quem entra pela canal; se bem que é uma reprodução, já que o verdadeiro marco foi roubado e levado para um museu no Rio de Janeiro, de onde estão tentando recuperá-lo.


A recepção em Cananéia ficou por conta do Marcos do Centro Náutico Cananéia, com fogos de artifício cedidos pelo presidente da associação comercial local. A ABVC encomendou o almoço no Centro Náutico, mas o Marcos incluiu por conta própria uma enorme barca de ostras que nós não conseguimos comer toda, apesar dos nossos esforços. Ao lado do Centro Náutico existem diversas casas de veraneio muito suntuosas, todas com garagens náuticas de frente para o Mar Pequeno.


E se Cananéia não é o suficiente pra motivar uma entrada pela barra, a navegação pelo canal do varadouro é, com certeza, motivo de sobra pois lá é lindo. A ABVC contratou um especialista local para guiar os veleiros através do canal até o Iate Clube de Paranaguá, o divertido e competente Jânio Preto (tiveram que qualificar o nosso guia pois tem mais dois Jânios em Cananéia e estavam confundindo ele com um japonezinho). E por falar no Jânio, ele foi batizado assim em homenagem ao Jânio Quadros, então presidente do Brasil, mas meses depois do seu nascimento o Jânio renunciou...




Saímos de Cananéia e fomos contornando a Ilha do Cardoso até chegarmos na entrada do canal que leva ao varadouro; logo antes da entrada existe a vila de Marujá na Ilha do Cardoso, onde só podem morar os alí nascidos e onde as casas de veraneio estão sendo derrubadas. Logo após entra-se no canal a boreste onde se vê uma vila fantasma pois, por algum motivo, provavelmente doenças, as pessoas foram indo embora até que só sobraram uma mulher e sua filha que morreram tragicamente em um acidente com o barco que as levavam para Paranaguá, onde a menina teria uma consulta médica.


Logo à frente chegamos em Ariri, uma vila de Cananéia com diversas casas de veraneio muito bonitas, onde almoçamos no restaurante da Dna. Maria (atende no canal 68), uma comida simples mas muito gostosa. Dormimos por alí mesmo e no dia seguinte saímos com o JP (o tal Jânio Preto) nos mostrando os caminhos pelo canal. O cara realmente conhece tudo daquele canal, nos guiou com perícia através dos baixios e outras armadilhas do caminho; o que não impediu que dois veleiros encalhassem bem no local onde o home abriu o canal do varadouro, justamente onde deságua um afluente que traz areia e assoreia a passagem. Mas a maré estava com 60cm e ainda ia subir mais uns 20 ou 30 cm na próxima hora, então não nos preocupamos muito, bastou utilizar a técnica de adernar o veleiro pra levantar um pouco a quilha e acelerar o motor pra escapar do encalhe. Os veleiros que encalharam tinham 1,80m de calado, enquanto que os demais, em torno de 1,60m passaram bem apenas tocando o fundo ocasionalmente.












Depois foi mais fácil, chegamos em Paranaguá à noite após as 40 milhas navegadas pelo canal, onde vimos diversas vilas ribeirinhas na ilha de Superagui, e passamos pela bahia onde fica a Ilha das Peças e a Ilha do Mel na entrada do canal do Porto Paranaguá que é muito bem balizado e bem tranquilo pra navegar, mesmo à noite em meio aos navios - basta ficar fora do canal balizado por onde eles passam!


A próxima etapa será São Francisco do Sul e Joivile em SC, a apenas 60mn de Paranaguá! 
Até lá e bons ventos!





terça-feira, 5 de abril de 2011

Tempo - A Moeda Definitiva



Em última análise, o tempo é a nossa moeda mais preciosa, é com ele que podemos realizar tudo que queremos e é quando vendemos ele que deixamos de fazer as coisas que realmente importam.
Usando nosso tempo podemos ver nossos filhos crescerem e ajudar na lição de casa, ou então podemos batalhar pelo crescimento da empresa; podemos ler os livros que gostamos ou criar os relatórios que nos dão algum prazer mas que temos a impressão que ninguém lê; podemos ir para o parque exercitar nosso corpo ou gastar ele todinho sentado no escritório; podemos fazer uma peregrinação pela Espanha ou ficar na fila da ponte aérea entre intermináveis reuniões; podemos... bom, acho que vocês já sintonizaram na idéia que quero passar.
Esse é o paradoxo da vida moderna: quem só possui o tempo, não tem recursos pra aproveitá-lo com conforto, daí então a grande maioria das pessoas vende a maioria do tempo que tem disponível para possuir os recursos para aproveitar o tempo que elas não tem mais, pelo menos a maior parte dele; lógico, temos os finais de semana e os feriados, e a maioria ainda tem aquele bendito mês nas férias anuais, falo aqui dos brasileiros contratados pela CLT, pois no primeiro mundo as férias são a metade disso, e os brasileiros empreendedores, profissionais liberais, enfim, os não CLTs, normalmente não gozam de férias estendidas pois não podem se ausentar mais que uma semana do serviço. E por que não?
A resposta para essa pergunta é bastante simples: porque aprendemos que temos que acumular riqueza, não basta ganharmos o necessário (como se alguém fizesse essa conta), temos que ter sobra de recursos disponíveis, e é aí que acabamos escravos do trabalho pois vendemos todo o nosso tempo e daí não nos sobra o suficiente e nem nos damos conta disso; e o pior é que temos a melhor desculpa do mundo pra continuar assim, afinal nós estamos atrás dos nossos sonhos, não estamos? E sonhos custam dinheiro, não custam? Nem sempre custam, e normalmente custam menos do que imaginamos. 
Mas aqui vai a boa notícia, não estou aqui só divagando sobre um problema, vou dar a solução, e nem é uma novidade, já ouvi isso em discurso de sindicalista e já lí aí pela internet: diminua a carga horária de trabalho dos funcionários, daí será necessário empregar mais gente acabando inclusive com o problema de desemprego; pra viabilizar isso o governo deveria rever as leis do trabalho e diminuir a carga de impostos, mas não ia diminuir arrecadação já que ganhariam com a escala (mais gente empregada); eu só sugeriria uma alteração nesse modelo: turnos entre os empregados! Façam a conta, dois funcionários trabalham 22 meses por ano (11 de cada tirando o mês de férias), se forem três funcionários fazendo o mesmo serviço, eles trabalhariam 24 meses (8 cada um, sobrando 4 meses para os seus projetos pessoais).
E agora a cereja do bolo, você, executivo, está pensando, 'Mas e eu? Vou ter que apelar pro sabático? Mas minha empresa não deixa!' - pense bem, funciona contigo também, Sr. Diretor! Pense um pouco, quanto você pagaria pra trabalhar a metade do ano e morar os outros seis meses na casa da praia? Digamos que você ganhe 50, contrate um 'secretário' (pode arrumar um nome chique pra ele) e pague 20 pra ele cuidar do operacional, te consultando para as coisas que realmente importam;  voilá, 60% da sua entrada por menos de 60% de trabalho! Acha difícil achar um executivo por meio ano pagando 120? Anote aí meu email...
Eu não quero esperar a aposentadoria pra ter tempo, quero ter saúde junto com o tempo pra poder aproveitar o tempo com prazer; quanto custa isso? Quanto tempo tenho que vender e quanto tempo tenho que manter no meu estoque pessoal? Essa é a conta a ser feita! Meus sonhos não custam dinheiro, pra realizá-los hoje só preciso de tempo! 
Bom tempo pra vocês!




sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tapera - Sítio Forte - Ilha Grande





Estava aqui sentado na proa do barco admirando a escuridão da Tapera no Sítio Forte, pois já passa da meia-noite e desligaram as luzes na praia, e o céu se abriu o suficiente pra mostrar várias estrelas, inclusive o que eu acredito ser o nosso Cruzeiro do Sul, e pensei em deixar a preguiça de lado e compartilhar com vocês essa solidão sossegada. Olhando essa paisagem, se é que se pode chamar de paisagem o que você não vê mas só imagina, só enxergo uma dúzia de luzes fraquinhas, a maioria é dos barcos vizinhos e o contorno das montanhas da Ilha Grande.

Bem diferente da vista do outro lado, na popa do barco, onde vejo as luzes de Angra, mas o que mais impressiona é uma plataforma de extração de petróleo que está estacionada no local demarcado para tal fim aguardando sua vez de ir pro estaleiro, não é sem motivo que as chamam de Árvores de Natal, dessa distância que estou é exatamente o que parece, uma pequena vila com uma radiante árvore de natal no meio.

O mais legal do passeio hoje, foi quando íamos para a praia e a nossa amiga Miriam passou aqui de caiaque e disse que não poderíamos perder as tartarugas que estavam comendo na mão do pescador, daí pulamos no bote e fomos em direção ao píer ao lado do restaurante da Telma, onde o seu marido estava mesmo alimentando as tartarugas com uns pedaços de peixe sob as vistas do Caio e do Hélio que estavam só admirando sentados no píer. A alegria do Rodrigo e da Gabriela vendo os bichos virem do nosso lado foi contagiante, eram três, duas maiores e uma filhote, peguei a máquina e tirei várias fotos; daí a tartaruga deve ter ficado cansada de pegar só uns pedacinhos e arrancou o file de peixe inteiro da mão da Márcia, depois disso elas deram mais uma voltinha ao redor do bote, olharam pra minha câmera e desapareceram. Bichos interesseiros!!! O pior era um baiacu que não saía da frente da lente da câmera, tive que fotografar o animal senão ele não ia embora!

Quando voltamos pro barco, eu e o Rodrigo catamos as tralhas e fomos pro costão de pedras pra pescar o jantar, afinal era a estréia do arpão e prometemos pra Márcia que ia ter peixe para o jantar. Logo no primeiro tiro, o arpão foi sem o cabo e tive que mergulhar pra procurar o dito cujo, achei! Apliquei um poderoso lais de guia e voltei pra pesca. Há, dito e feito, tivemos peixe no jantar, lá no restaurante da Telma porque voltamos de mãos vazias. Abro um parênteses aqui pra elogiar a já famosa lasanha de peixe que a Telma faz, é simplesmente deliciosa, não usa massa, é só presunto, mussarela e filé de peixe; fica divina!