segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

De Cananéia a Parati - 29/07 a 06/11/2011

Essa subida também foi feita em partes, a primeira etapa até Santos foi com o amigo Filipe em 29/Julho; saímos de Cananéia bem cedinho, estava uma neblina muito forte e dei até uma mangueirada no barco pra tirar o sereno, já que pernoitamos no pier do Centro Náutico Cananéia.




Ainda em Cananéia, vale mencionar que encontramos lá o Carlão e a Elena do Biglit e que na noite anterior à nossa partida, fizemos um belo churrasco lá com o Marcos, o Jânio e outros amigos que nos fizeram sentir como se estivéssemos em casa; se tem uma coisa muito boa nesse negócio náutico, é a facilidade com que fazemos amigos que compartilham as nossas paixões!




Na saída do canal, haviam vários barcos de pesca aguardando o sol dissipar a neblina para que pudessem atacar a barra; como nós estávamos equipados com GPS, a rota estava muito bem definida e já era a quarta vez que eu passava por ali, pusemos o Ausgang em marcha e saímos em meio à neblina mesmo, já que o mar estava muito tranquilo e nem de longe lembrava o "mar em fúria" de quando entrei dois meses antes.

Agradecimento especial ao meu tripulante que tirou essas fotos muito legais e que estão ilustrando essa perna! Olha ele aí com a Ilha do Bom Abrigo ao fundo!

A travessia, apesar de longa, foi muito tranquila; o Filipe gostou da navegada e à noite, com os turnos, fomos abençoados com muitas estrelas cadentes e tirando o prêmio da megasena que não veio, todos os outros pedidos foram atendidos e chegamos com segurança, ainda de madrugada, no Iate Clube de Santos onde abasteci e encontrei o amigo Raymond Gratham que foi super bacana em nos receber e nos apresentar ao Clube Internacional de Regatas (CIR) onde o Ausgang ficou por duas semanas, até eu escalar a nova tripulação para o trecho Santos-Ilhabela.




Para o novo trecho, contei com a costumeira companhia do Claudinho, meu primo, que encarou mais essa travessia com o bom humor habitual; o mar estava muito calmo, não deu nem pra velejar, foi uma motorada só! Chegamos em Ilhabela ao anoitecer do sábado no dia 13/Agosto/2011 e colocamos o Ausgang em uma poita da base Mirella onde o Almir cuidou dele até o feriado de 02/Nov quando embarquei com meu pai para fazermos a travessia até a Ilha do Cedro, onde houve o churrasco de confraternização dos Amigos do Mar junto com a comemoração do aniversário do Cap. Schuxu (graaaaaande, Eduardo!!!!).



 A nota triste sobre a estada em Ilhabela é que a Capital da Vela Brasileira não tem infra-estrutura adequada para acolher os navegadores. O Iate Clube de Ilhabela é muito legal, tem um estrutura ótima, mas seus preços são proibitivos para a grande maioria dos velejadores. Ficar em poita não seria um grande problema, caso houvesse um molhe para proteger os veleiros das ondas provocadas pelo movimento de barcos no canal, como não tem você fica o tempo todo balançando, isso pode não ser um problema pra quem tem casa em Ilhabela, mas quem chega lá como eu, pensando em curtir a ilha por um

 
 tempo e acha que pode domir no barco sem problemas, descobre que não é confortável e acaba abreviando a estada na ilha. Além disso, o vento lá é tão violento que a proa do barco ainda mostra as marcas que ganhou dos cabos da poita e as amarras do meu toldo são novas pois as anteriores estouraram durante uma porranca.
 Olha só o barco de frutas que o Nelson preparou na Ilha do Cedro para o churrasco dos Amigos do Mar. O Mineiro e eu tivemos que ir logo tirar a foto antes que o povo atacasse as frutas.
Olha a Gabi e aquele saliente do Vitinho  (brincadeira Vítor, é que todo pai é ciumento, né!) com as ferramentas pra trabalhar na areia...


...e o Fernandão se refrescando com as crianças enquanto aguardávamos o churrasco  e as brincadeiras da nossa confraternização.
 Agora o Ausgang está novamente em Parati, na Marina Pier 46, onde vamos voltar à rotina de passear por todos aqueles lugares lindos e tranquilos!


Na volta de Parati, paramos pra comemorar o aniversário do Seu Emygdio, famoso Mineiro também conhecido como papai, e teve até sobremesa servida pela Gabriela que deu sorvete pro vô experimentar. Foi tudo perfeito como sempre, só temos a agradecer a amizade dos velejadores, o nosso amor em família e a segurança proporcionadas pelos nossos anjos.


Fiquem com Deus e até a próxima viagem!!!





Voltamos, Miroca

Puxa vida, temos até uma leitora cobrando novidades no brógui. Agora sou obrigado a contar...

Cara amiga Miriam, olha só como foi a volta do Ausgang até Cananéia. 

Logo que terminou o Cruzeiro Costa Sul lá em Fpólis, arranjei uma tripulação das boas, como tinha uma semana pra trazer o barco até onde desse, escalei meu pai e meu primo Cláudio, que escalou um amigo dele, muito gente boa mas que percebeu que ele faz bem em viver em terra, porque se vivesse no mar, já não viveria mais, entende?

Saímos de Floripa intencionados em dormir em Balneário Camburiú; tem gente que escreve Camboriú, não tenho certeza da forma correta, mas já me ensinaram que Tupi-Guarani era uma língua somente falada, então qualquer modo de escrita, desde que soe igual, é correta, como em Boiçucanga ou Boissucanga; mas voltando ao mote principal, a intenção era pernoitar em Camboriú, o que não foi possível, pois quando entrei em contato, primeiro pelo VHF e depois por celular, inventaram todo tipo de desculpa pra não receber um veleiro no píer das marinas por lá. Lamentável esse nosso país, já faz um mal uso danado dos seus 8 mil quilômetros de costa, e o pouco que é usado, ainda é "seletivo" dessa forma. O resultado é que fomos direto para Itajaí, uma das melhores paradas em todo o roteiro, com certeza voltarei muitas vezes para lá, seja por mar, por terra ou por ar. Ainda sobre Camburiú, o amigo Ubaldo do veleiro Conero (parceiro de Costa Sul) como bom italiano que é, portanto chegado na cosanostra, comentou que se por acaso uma lancha pegasse fogo por lá talvez eles vissem os veleiros com melhores olhos... kkkkkk 



De itajaí fomos para São Francisco do Sul, outro lugar maravilhoso, e dessa vez aceitamos a hospitalidade da curadora do Museu do Mar e fundeamos na piscina atrás do museu e usamos o píer e o banheiro do museu. Nessa parada perdemos um tripulante, nosso amigo Adriano, ainda enjoado, resolveu terminar a viagem por terra, pois já tinha perdido muito peso!!! Essa parada foi muito boa, tínhamos eletricidade, água, banheiro... deu vontade ficar lá vários dias (como sempre acontece em São Francisco do Sul) pena que não podíamos e tivemos que partir logo no dia seguinte, para a próxima ilha...

...a Ilha das Peças, onde eu queria provar o bolinho de camarão que o Jânio Preto fez tanta propaganda, pena que o restaurante não estava aberto, então o bolinho ficou pra próxima. Já a entrada em Paranaguá, ao sul da Ilha do Mel, foi emocionante como sempre devido ao grande tráfego de navios, é um atrás do outro e você tem que achar seu espaço entre os gigantes, e naquele dia eu estava sem a minha funda (sabe?!? aquela do Davi! o Davi do Golias, pô!) - piada ruim é assim, se vc não explica ninguém entende! O pôr-do-sol foi de cinema e foi superado em beleza pelo nascimento no dia seguinte, a baía dos Pinheiros é, com certeza, um lugar pra conhecer melhor. Por enquanto só a conheço pelas histórias do BiglitO.

E neste último dia, da primeira etapa da travessia, chegamos em Cananéia e não chegamos sozinhos, as últimas horas foram surfando na cabeça de uma frente fria que nem a Ilha do Bom Abrigo conseguiu nos abrigar, fui obrigado a fazer a entrada da barra imediatamente pois um pescador nos disse que com mais algumas horas de mar levantando, devido à frente fria, seria impossível transpor a barra, então deveríamos passar naquele momento ou esperar alguns dias; não sou de ficar com medinho, mas tenho que confessar que foi um stress danado fazer essa entrada. E o pior, quando chegamos à Cananéia, 

procuramos um local abrigado e o melhor era ficar amadrinhado no barco do Instituto Oceanográfico da USP, só que o guarda e depois o diretor do instituto nos proibiram de pernoitar alí, me senti um duplo idiota: primeiro porque é com o meu dinheiro que aquele instituto é mantido e segundo porque eu não fazia idéia que alguém pudesse se apropriar de uma margem de canal e proibir um barco de fazer uma parada, que devido ao mal tempo, eu estava considerando "de emergência" - Miriam, você não faz idéia do sentimento de desamparo que se abateu sobre mim, depois de um dia inteiro de mar, mais uma experiência estressante ao entardecer e depois essa portada na cara. Graças a Deus que no pier seguinte, o diretor do Parque Estadual da Ilha do Cardoso tem uma alma boa e nos acolheu, permitindo que a gente dormisse amadrinhado no barco da instituição, muito obrigado novamente! Se não fosse por ele, teríamos que soltar o ferro no meio do canal e passar uma noite em claro, chacoalhando com os ventos da frente fria.


Em Cananéia, fundeamos o barco em frente ao Centro Náutico Cananéia, do amigo Marcos, e contratamos o Jânio Preto (ele mesmo!) pra cuidar do Ausgang durante a estada lá que durou uns 2 meses e foi muito legal pois pude levar a Márcia e as crianças pra conhecer a navegação pelo canal e o pernoite sossegado que se faz em Ariri.



Pena que o nosso passseio na Ilha do Cardoso tenha sido num dia frio e ventoso, mas ainda assim foi muito bonito e a família gostou de conhecer aquele paraíso. A Márcia até arriscou uma pilotada pelo canal pra desenferrujar o Arrais dela!!!





Já está bom de histórias por hoje, depois eu conto como foi o resto da subida até Parati!

Fiquem com Deus, meus amigos!