Hoje a gente foi visitar o Cerro Castor e tomamos um chocolate quente na base do morro.
Dia tranquilo, só umas fotos um passeio na cidade e aguardemos as motos pra amanhã.
Muitas msgs de Feliz Año, muita saudade dos meus filhos (Rodrigo na praia do Sono e Gabi em Ilhabela), espero revê-los logo.
Agora vamos lá pro Bar Ideal comemorar a passagem do ano.
FELIZ 2019!
Contratamos um megatour e passeamos de van o dia todo, o guia Leo e o motorista Marcelo eram impagáveis, além de irmos a lugares muito legais eles eram muito divertidos. O Marcelo conheceu uma pernambucana num chat uns 5 anos atrás e depois de algumas idas e vindas estão casados e morando aqui em Ushuaia mas com planos de se mudar pra Recife.
No final da RN3, km 3079, visitamos uma bahia muito bonita e no estacionamento encontramos o Andreas com um amigo novo, um francês chamado Jean Luc que se mudou pro Tahiti uns 30 anos atrás, é professor aposentado e veio pra Osorno onde comprou a moto de um amigo, uma Tenere 660, e o cara fez uma autorização reconhecida em cartório e ele veio viajando, passando várias fronteiras entre Chile e Argentina, mas na última aqui na terra do fogo, a polícia chilena disse que ele não podia estar viajando com a moto chilena e que ele está ilegal, porém deram 5 dias pra ele chegar aqui e ir embora, amanhã vai passar a virada do ano conosco no bar Ideal (bar dos velejadores) onde fizemos uma reserva.
Em outro ponto do passeio, fomos no Correo del fin del mundo, onde enviei vários postais, incluindo para os meus sobrinhos queridos e TODOS os meus amigos que me enviaram uma carta social esse ano. O carteiro disse que chegarão em 12 dias, junto comigo.... Os guias nos contaram que ele construiu essa agência uns 15 anos atrás e que só abre nas temporadas e que ele fatura uns 100mil dolares por ano com o negócio; e pasmem, ele fez sobre a água do lago pois é dentro de um parque nacional e ele não poderia ter feito em terra; já brigaram na justiça pra tirar ele e não conseguiram.
Depois fomos no Glaciar Martial e fizemos uma caminhada de uns 40 min subindo por uma pista de esqui (sem neve), foi bem cansativo, mas a vista lá de cima é bem legal. E pra finalizar fomos num bar de gelo, onde tomamos umas biritas dentro de uma geladeira a -16°C.
Mais tarde fomos jantar com os motoqueiros, eles comeram uma centoulla e tomamos cerveja artesanal pra adoçar o bico nas conversas, o Jean Luc tem um veleiro de alumínio de 38 pés com quilha retrátil, muito legal. Estávamos curiosos para saber o que o Andreas faz para poder ficar meses viajando na América (talvez ele suba pro Alaska), ele é advogado e pediu a conta, ofereceram 1 mês de férias e ele achou pouco, e se desligou definitivamente da firma.
Hoje cansei mais do que andar 1000km de moto.... Asta mañana!
Dia tranquilo em Ushuaia hoje, fomos fazer um passeio de catamarã pelo canal do Beagle, no catamarã Patagonia da companhia Canoero. Foi bem legal, vimos muitos cormorones, aves que parecem pinguins mas voam, vimos muitos leões marinhos, visitamos uma Ilha e fomos até um farol que chamam de Farol do Fim do Mundo (mas não é).
O canal do Beagle tem uns 200km do Atlântico ao Pacífico, e Ushuaia fica a uns 90km do Atlântico. Quem descobriu foi um tal de Cap. Murray.
Na volta fomos jantar na Tia Elvira, para experimentar a famosa centolla (King Crab) e encontramos lá um motociclista de Santo André, que também quer vir pra cá de moto, ele estava com a família, daqui também vão visitar El Calafate, mas vão de avião. Depois passamos no Almacen Ramos onde servem uma deliciosa sopa de abóbora e provamos o alfajor de chocolate meio-amargo, delicioso.
E ainda tirei una foto com o famoso Perito Moreno.
Chegamos na Terra do Fogo, finalmente Ushuaia. Foi uma chegada dramática, na última fronteira entre Chile e Argentina tem uns 15km de rípio, e quando faltavam uns 80km começou a chover e estava 6.5°C, um friozinho de encarangar cusco. Mas a vontade de chegar era tanta que nem paramos pra botar capa de chuva.
Saímos de Rio Gallegos às 8h15 e gastamos 9hs pra rodar 580km e chegar em Ushuaia pois tem 2 fronteiras, com um total de 4 aduanas (sai da Argentina, entra no Chile, sai do Chile e entra na Argentina de novo), e ainda tem a balsa no estreito de Magalhães.
Por falar em balsa, na travessia conhecemos o Véio Jair, dos Abutres de Floripa, gente boa. Está vindo com uma turma e vai subir daqui pra Santiago, onde os Abutres tem uma sub-sede. E o mais incrível, foi que veio falar com a gente um engenheiro (empreiteiro) de São Paulo, e a mulher dele que era dona da Celi Modas em Santo André, que o Ari conhecia bem pois levava uma parente lá pra comprar.... Ô mundinho pequeno.
Véio Jair
Celi Modas
Cruzamos o casal da Land Rover na cidade hoje, acho que chegamos juntos.
Estamos no Hotel Mônaco, é médio, o quarto é confortável. Adivinha o nome da rua principal aqui... acertou mizeravi: É San Martín. Aqui na Argentina, TODAS as cidades tem uma rua (normalmente uma Avenida) chamada San Martín. Mas Perito Moreno e Libertador também estão no topo da lista. O hotel não tem cocheira, as motos estão na rua.
Depois de instalados, fomos tomar uma cerveja no Hard Rock e depois jantar no Andino, em frente. Esse Andino não foi bom não, o bife de chouriço estava péssimo, cheio de nervos e gordura. Estava tão ruim que o restaurante só cobrou um deles e isentou o pagto do outro.
Amanhã vamos sair por aí para conhecer as redondezas. Estamos na cidade mais austral do planeta, aqui é o ponto mais próximo da Antártica em que se pode chegar dirigindo; em nenhum continente se pode chegar mais ao sul do que aqui.
Eu nem sabia, mas tem um Hard Rock aqui.
San Julian, onde o Magalhães chegou na Argentina quando vez a primeira circunavegação no globo, e mandou rezar a primeira missa em território argentino.
Aconteceu tanta coisa hoje que nem sei por onde começar.... Vou começar por ontem, esqueci de dizer que conhecemos num posto um casal de Chapecó que está indo pro Ushuaia de Land Rover Defender. Simpáticos. Talvez a gente se encontre lá.
Hoje numa parada encontramos uns conterrâneos do Ari, Crato-CE, tinha uma custom (pneu careca), uma Tenerezinha, uma Triumph Tiger 800 e uma Kawasaki 650 - bando de doido.
Mas antes, vou contar sobre o Andreas, um alemão de Nurburg (? a confirmar), que está viajando toda a América do Sul de moto, uma GS 800. Despachou a moto de navio para o Chile em Abril; em Maio ficou na casa de um primo fazendo um curso de espanhol, e em Junho partiu.... subiu o Chile, Peru, Colômbia, Paraguai e Brasil, onde foi até o Rio e veio descendo a BR101 e conheceu Santos, Rastro da Serpente, Curitiba, Floripa, Urubici, Rio do Rastro, etc.... Ele estava no mesmo hotel que a gente e depois nos encontramos numa parada da estrada. Outro que a gente deve encontrar em Ushuaia.
Em San Julian existe uma réplica da Nau Vitoria do Magalhães, que é um tipo de museu com visita guiada.
Hoje vimos muitos rebanhos soltos de Guanacos, que são uns parentes baixinhos das lhamas. São uma praga aqui pra baixo, atravessam a pista e são a principal causa de acidentes.
Mas hoje teve dois argentinos em Rio Gallegos que me salvaram, o primeiro foi o Macario
Que me indicou onde comprar uma peça (Automotores Patagonia, rua Bernardino Rivadavia, 272) e uma oficina pra trocar a peça, e aí tem o segundo salvador, o Marcelo Vasquez, na esquina das ruas Entrerios e Mariano Moreno, 02966 553154, que fez um serviço 10, rápido e super barato.
O caso foi que o rolamento (rodamiento) da minha roda dianteira estragou e a moto começou a dar umas trepidadas (desde ontem) que eu já sabia que iriam aumentar até a roda ficar bamba. Era preciso trocar. Então, acessei o site da MaxBMW e peguei a medida do rolamento (25x47) e daí meu assessor para assuntos SKF, o Ovimar, me passou o código, 6005 2rs1, e a loja de peças que o Macário indicou tinha, e custaram apenas R$35 os dois. E o Marcelo Vasquez trocou em menos de meia hora e cobrou só R$50 (500 pesos). Foi lindo.... Em menos de 1hr tudo arrumado e bem barato.
Bom, estamos em Rio Gallegos e estamos no hotel Aire da Patagonia, bem bom e barato. Amanhã devemos chegar no destino mais austral da viagem, el famosssso fin del mundo!
Hoje foi um dia cheio de novidades: o relevo mudou, agora temos uns morrinhos, o tempo esfriou, saímos de las Grutas com 18°C e a máxima na estrada foi 26°C, mas chegamos em Caleta Olívia com uns 15°C e uma ventania de dar gosto, e ainda pegamos chuva, mas foi pouquinha; mas a maior novidade é que após 4 mil km e estando no final de atravessar o terceiro país, foi a primeira vez que um policial nos parou pra verificar documentos e aproveitou pra fuçar na nossa bagagem, chegando em Comodoro Rivadavia.
A mulher do "policia caminera" mora no interior de Santa Catarina e se divide entre lá e Comodoro Rivadavia (não entendi).
E como não bastasse, na saída de Comodoro Rivadavia, outro guarda nos parou.... 10 min depois do primeiro!
Já se foram mais de 4 mil km e ainda faltam mil e poucos. Não acaba nuuuuuunca essa estrada!
Pra mim a parte boa da viagem começou hoje, consegui pela primeira vez fechar a jaqueta até o pescoço, nas paradas é gostoso entrar nos cafés e tomar um capuccino quentinho.... hummmm!
Com capa de chuva.
Umas das paradas do dia.
Mais um Hotel Transilvânia, mas pelo menos o Grand Hotel Snack é limpinho e as paredes acabaram de ser pintadas, o problema vai ser dormir com cheiro de tinta. Também, pelo preço..... U$30
Eu já falei pro Ari, acho que o Hotel Los Colonos que ficamos em Las Grutas vai ser o ponto alto em hotéis nessa viagem. Tomara que eu esteja errado....
O almoço hoje foi hamburguesa no YPF Full.
Prainha em Caleta Olivia.
Eu não ia falar do calor, mas fez 37°C.... Os rebanhos de vaquinhas estavam se acotovelando pra conseguir uma sombra debaixo das árvores. Fiz umas contas e se continuasse esquentando íamos chegar no Ushuaia com 42°C, ainda bem que eu já estou pururucado e o calor nem incomodava mais, mas a boa notícia é que começou esfriar, chegando em Las Grutas já tinha caído para 28°C e parecia que alguém tinha aberto o freezer, delícia.
Não mencionei ontem mas o Mathias tem uma estória de vida bem interessante para quem só tem 30 anos. Ele é agrônomo e dá aulas e trabalha de concierge só dois dias da semana. Ele nos disse que já viajou bastante (mas ainda não conhece o Brasil), já foi pra Colômbia, Peru, Israel, tudo mochilando e ganhando uma grana como músico. Já estava viajando a alguns anos quando a esposa engravidou e eles decidiram voltar pra Azul, o filho já tem 2 anos. Eu não sei o que é mudar o rumo da vida por causa de um filho (os meus foram planejados), mas sei que filho muda tudo na vida da gente. Pra mim foram uma bênção, pro Mathias eu não sei.
Hoje pegamos um hotel legal, pra variar; tem até piscina.
Esse lugar venta demais e podem chamar uso do que quiser, mas praia não é não, dá uma olhada.
É incrível que um país com a extensão de costa que tem a Argentina, não tenha uma praia decente. Vou continuar procurando....
No km76 da RN251 (Ruta Nacional, podia ser AR, como no Brasil que é BR, Brazilian Route... rsrs), então, no km76 da RN251 tem um acesso Wi-Fi no meio do nada, tinha um caminhão lá parado, ao lado de um poste alto com uma antena de dados e um painel solar. Achei bem legal, pode ajudar no meio do deserto, pensa que são poucos.
Hoje o Ari notou um pinguinho de óleo saindo do meu cardã, já fiquei preocupado, mas ele muito delicadamente me explicou que eu não preciso me preocupar ("Vtnc, eu andei meses com a minha moto vazando no cardã, isso não dá nada não, trouxa!" - e pra quem conhece sabe que eu editei pra suavizar kkkkk).
Já disse que o tempo está bom? Pois é, continua um sol danado. Já mencionei que a Argentina é um planície muito plana? Pois é, é mais plana que uma mesa de bilhar! Daí vc junta um solão, sem nuvens, na planície, com uma amplitude térmica enoooorme, de 33°C a 35.5°C, você tem a sensação de cozinhar na própria banha aos 33 e de fritar no próprio suor aos 35. Esse foi o trecho mais quente da viagem até agora. Já peguei calor de 40°C no Brasil, mas estava de jeans e jaqueta de verão, não com essa maldita Rally Oven Pro Heater dos infernos. Estava tão quente e tão plano que o asfalto à frente virava um espelho e dava pra ver o céu azul refletido no chão. Vi um rebanho de umas 30 vaquinhas TODAS viradas para o sul, de costas pro Sol, fiquem em dúvida se elas estavam evitando olhar pro lado do sol ou se estavam torcendo pra subir um vento frio do Ushuaia.
Logo que atravessamos a fronteira entre Uruguay e Argentina, paramos em Cólon para trocar uns dólares caso precisasse pagar algum pedágio ou algum policia caminera de Entre-Rios. Demos sorte de achar o cambista da cidade na Relojeria Varona, que pagou 37 pesos por dólar.
O nosso amigo Paulão nos salvou de um aborrecimento e talvez de pagar uma propina. Os policiais camineros da província de Entre-Rios já são famosos entre os brasileiros devido à corrupção, eles te param, te dão uma canseira e sempre inventam algo pra te extorquir algum dinheiro. O Paulão nos avisou que eles ficam embaixo da ponte na entrada em Gualeguaychu bem visíveis pra quem vem descendo sentido Buenos Aires, daí quando vimos que estavam lá, demos seta à direita, entramos na rotatória como se fossemos entrar na cidade, mas fizemos um retorno e voltamos pra pista após a ponte, para ver os policiais pelo retrovisor nos olhando ir embora.... vocês não imaginam minha satisfação em ter feito isso.... chupa policial corrupto!
Nossa pausa pro almoço foi em Lujan, comemos muito bem, com parrilla e tudo, num restaurante colado a um posto onde abastecemos.
Notem que hoje no almoço teve talheres e guardanapo de pano, primeiro almoço no padrão Ovimar-Batatinha, se eles tivessem vindo já teríamos tido umas DRs no caminho durante as paradas de Coxinha-Stop-and-Go kkkkk (brincadeira viu, amiguinhos)
A cidade de Azul é bonitinha, tem praia de rio (tipo Paysandu), prédios antigos, um teatro chamado Espanhol com 130 anos, e todos hotéis lotados... Depois de passar por dois hotéis cheios e encontrar um grupo de gaúchos também à procura de hotel (devem ter dormido na praça) achamos o Hotel Roma, simples mas limpinho, com dois quartos single disponíveis, e nem posso comemorar que vou dormir longe do ronco do Ari porque o ar-condicionado ronca mais que ele.
Tivemos que correr num mercado aqui do lado pra comprar nossa "ceia" já que nos avisaram que lugar nenhum abriria hoje à noite. Vamos ter "pollo asado" com "ensalada rusa" e vinho (sim, porque a cerveja que compramos já acabou....), aqui no hotel mesmo.
Nossa ceia natalina de "noche buena" foi no hotel em companhia do concierge, fizemos um novo amigo, o Mathias é gente boa, juntamos as contas e as bebidas e nos divertimos, conversamos muito e ativa levamos a conversa para a calçada, estava uma noite muito agradável e tomávamos Fernet com coca, oferta do nosso novo amigo.
Voltando ao Ushuaia, já chegamos no meio do caminho, só falta rodar tudo que já rodamos e pronto.... Fin Del Mundo!
Feliz Natal, uma noite feliz pra todos!
