De corações abertos podemos encontrar novos caminhos nas velhas trilhas.
Que Deus esteja presente em todos os seus dias no ano que se inicia.
Desejamos a você muita saúde, paz e prosperidade!
FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2013!!!

Como chegamos cedo em Curitiba, deu tempo de fazer um tour, pegamos aquele ônibus de turista com o segundo andar aberto e fomos andar pela cidade, são mais de 2 horas passando por todos os pontos turísticos da cidade e por uns bairros muito legais. Tive uma visão diferente da cidade, parece bem legal. Sabe que vendo como moram os nossos amigos uruguaios, e chilenos e curitibanos (pra citar só as grandes cidades) confirma minha suspeita de que a gente mora muito mal em São Paulo; mas essa coisa de raízes é muito forte, é difícil decidir se mudar, mesmo com os seus concidadãos elegendo o representante do partido da roubalheira (como alguém pode desligar a TV onde estava vendo o julgamento do mensalão e ir pra urna votar no candidato que representa o mesmo esquema?), dá mais vontade de ir embora mas não dá coragem!
Bom amigos, pode-se dizer que o nosso RODEO acabou. Somando os 426km que o GPS diz faltarem pra chegarmos em casa, o percurso todo somará 9.044km, fiz a conversão das moedas e a soma dos trechos, incluindo o que falta para SP, e o gasto total de combustível será de 520 litros, totalizando R$1.600,00 e resultando numa média de consumo de 17,4 km/litro. Todos os trechos precorridos eram asfaltados, e tirando uns pedaços da Argentina ao redor da Pampa Del Infierno, e uns pedaços aqui na BR-101 em SC, pode-se dizer que a qualidade geral do piso foi muito boa. Até o final da viagem vai dar 39 abastecimentos (11 no Brasil, 14 na Argentina, 11 no Chile e 3 no Uruguay). A moto do Marcão marcou 1,6% menos que a minha, o percurso total dele será de 8.871km.
E hoje de manhã nossa saída foi mais rápida pois o Marcão só
tirou TRÊS das QUATRO malas da moto dele, é que tem uma mala onde ele está
colocando só as roupas sujas, então já faz dias que essa fica na moto. Eu já
perguntei pra quê ficar carregando tantas malas pra lá e pra cá, mas tomei a
habitual `Marcada`: “_ É um problema de logística que você não tem capacidade
pra entender!” – acho que ele está certo! E não é só carregar, não. Ele tira
tudo de dentro e coloca tudo de novo, todo dia! Ô mala arrumadinha!!! O pior é que nem posso falar muito mal, pois ele está sendo um ótimo companheiro de viagem, e também é um dos leitores do blog, então...
Em tempo, no Uruguay as motos não pagam pedágio; no RS antes de chegar em Porto Alegre também não, mas tem que passar pela cabine onde o operador libera a cancela, mas na free-way após Gay Harbor paga (o apelido me foi informado por um gaúcho conhecido), foram dois pedágios até chegar em Santa Catarina, que também cobra pedágio de motos.
Fomos fazer uma happy hour no bar Al Capone, aqui em
Garopaba, onde encontramos o Luciano, amigo do Ronaldo (o Boy), que conhecemos
a uns 4 anos atrás quando estive aqui pela primeira vez. Conversamos bastante e
contamos as nossas façanhas dos últimos dias. Como disse o Marcão, basta chegar
de moto pra ter assunto, se a gente tivesse chegado de carro não teria tanta conversa.
Aliás, logo que chegamos, uma senhora local, já nos deu as boas vindas e disse
que nós motociclistas somos os “Cavaleiros do Apocalipse” (cada uma) e ela
disse que na próxima encarnação vai nascer motoqueira, com certeza!
Aproveitamos e pedimos uma dica de hotel e ela nos mandou pro Hotel Lobo, o
primeiro de Garopaba, onde ela se hospedou 40 anos atrás, e a dica foi ótima,
pois cá estamos!
Hoje já estamos de volta ao Brasil, na passagem pela
fronteira em Chuí, paramos num free shopping pra comprar uns `recuerdos` para a
família e fiquei surpreso com a quantidade de lojas, com o tamanho delas e com
a variedade de itens, parecem com as lojas dos grandes aeroportos; muitos dos carros
estacionados (talvez a maioria) eram do
Uruguay, o Marcão disse que eles vem de Punta e Montevideo pra fazer compras
aqui pois é mais barato.
O ponto alto dessa viagem de hoje foi a `lancheria` que o Marcão escolheu pra parar,
estávamos pra entrar na reserva do Taim, no município de Santa Vitória do
Palmar e sabíamos que não haveriam postos por lá, daí como estávamos com fome,
ele viu o restaurante na beira da estrada, a Lancheria Esperança, e não pensou
duas vezes pra estacionar em frente, pelo menos o nome dava alguma esperança.
Tinha uns lanches de presunto e queijo em pão de forma, mas a forma era tamanho
`extra-large`, e daí o Marcão perguntou se não dava pra esquentar na chapa, ou
algo parecido, mas a resposta foi
negativa, comemos frio mesmo. E para nos mostrar que a vida não é nada sem
ironia, poucos quilômetros depois passamos por um posto de gasolina com um
`comedor` caprichado, com parilla e tudo mais. E pensar que colocamos o adesivo
da Confraria na porta da Esperança.
À tarde quando chegamos fomos dar uma volta no novo calçadão
à beira da praia, que é de areia mas não é mar, fica no final da Lagoa dos
Patos, quase chegando na barra de Rio Grande, mas não dá pra ver a outra
margem, parece mar mesmo, é como dizia o vaqueiro gaúcho: “Mar, velho mar!!!”
Da primeira vez que estive em Montevideo fiquei com uma
impressão muito boa da cidade, e agora que voltei gostei ainda mais pois tive a
oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade quando saímos pra jantar ontem
e hoje de manhã, um sábado ensolarado, quando pudemos ver como todos saem às
ruas e vão à praia e aos parques, mesmo sem ver muita polícia, a sensação de
segurança, mesmo à noite, é muito grande. O Marcão notou que não vimos um único
carro blindado e as pessoas andam com o vidro aberto. Saindo da cidade, mais ao
norte, passamos por uns bairros com muitas casas muito bonitas, que parecem ser
de veraneio.
Em Punta Del Este, é o mesmo, só que mais bonito, pois esta
é mesmo uma cidade de veraneio e tem muitos turistas. A marina, junto ao Iate
Clube, é muito bem cuidada e está muito maior do que da última vez que estive
aqui. Tive duas surpresas nessa visita: uma delas foi ver lobos marinhos sendo
alimentados no píer, para alegria dos turistas, e a outra foi encontrar um
barco que era meu vizinho de marina em Paraty, na Porto Imperial, é um veleiro
de 52 pés chamado Amazon, que tinha sumido de lá e agora olha só onde ele veio parar. Outra coisa legal foi ver um
veleiro de 1942 que ainda compete com o clássicos da Rolex, é um barco de madeira
com projeto do German Frers, e tenho quase certeza de que os barcos da Classe
Brasil foram feitos para competir contra esses barcos daqui e também contra barcos argentinos semelhantes.
A melhor parte desse dia foi, sem dúvida, a noite; pois jantamos muito bem. Pra começar esse post vou indicar o Bar Lobo, na Calle Coronel Mora, onde o Ernesto, concierge do Ibis recomendou que fôssemos comer, ele indicou a perna de cordeiro (divina) e nós pedimos também um `ojo de bife ancho` (maravilhoso), que é um baby beef preparado pelo chef Fernando Caprile, com um molho de queijo de lamber os dedos.
Mas o dia teve mais `unas cositas`, levantamos cedo em Junin, tomamos o `desarrumo`, abastecemos no YPF em frente e pé na estrada. Hoje pela primeira vez pegamos chuva, quando estávamos chegando numa praça de pedágio começou a chover e daí a gente aproveitou a estrutura de apoio que eles tem e colocamos a capa de chuva, mas logo depois parou de cair água e em seguida secou a pista e não choveu mais.
Chegando em Colônia a gente apenas abasteceu no posto Ancap quase em frente à saída e pegamos a estrada para Montevidéo (Ruta 1) pois a gente queria pegar a concessionária BMW aberta pra ver o preço dos pneus das motos. O pneu dianteiro do Marcão já está no fim e se o preço fosse bom ele iria trocar. Chegamos a tempo, e a concessionária não tinha pneu para nossas motos, só para as 800, e o vendedor nos indicou uma revenda da Michelin ali perto, e a revenda (gomeria) por sua vez nos indicou uma outra revenda que vende `neumáticos` de moto, e daí encontramos o lugar, mas o preço do Anakee 2 dianteiro sairia o equivalente a R$480, e teríamos que procurar um lugar pra montar, enquanto que em São Paulo custaria uns R$380 já montado. Segundo mito desfeito da viagem: a gasolina argentina é mais cara que a brasileira e os pneus no Uruguay são mais caros que no Brasil! Resumindo: o pneu do Marcão vai ter que durar o resto da viagem!
Esqueci de escrever ontem, mas o Marcão ficou muito satisfeito com o atendimento na revenda Yamaha de Junin onde ele comprou o óleo Motul 7100 para completar na moto dele. O rapaz foi atencioso e depois de pago o óleo (aceite) e ofereceu a oficina pra trocar, disse que poderíamos usar as ferramentas e perguntou se precisávamos de algo mais da loja. Como eu sempre disse, tirando o argentino da capital, em todas as cidades menores eu sempre fui muito bem tratado pelos `hermanos`. A surpresa negativa nessa viagem foi descobrir que os chilenos em geral foram muito grossos e pouco prestativos, exceção ao vendedor da revenda Touratech em Santiago que foi muito prestativo, indicando um ótimo hotel e os locais onde poderíamos lavar as motos; mas de resto não temos muita coisa boa pra falar, principalmente a Márcia que passou um perrengue danado com a questão da Lan Chile ter perdido a mala dela (não encontrou até agora!).
Antes de passar adiante, dá uma olhada no Marcão com as malas dele; todo dia é a mesma ladainha: tira esse monte de mala da moto, sobe pro quarto, desarruma tudo (desayuno, segundo ele) e arruma tudo de novo. A moto dele está tão carregada que hoje eu notei que quando ele passou rápido por um caminhão, foi o caminhão que chacoalhou, e não a moto!!! Por falar em moto de passagem, quando estávamos parando no posto YPF em Laboulaye, passaram 3 V-Stroms de São Paulo, acho que os caras também estão voltando do Chile, mas nem conversamos, eles pareciam com pressa, talvez quisessem chegar em Buenos Aires ainda hoje.