No final de semana passado eu fiz mais um maravilhoso bate e volta até Paraty pois precisava arrumar algumas coisas no Ausgang e tinha marcado com os fornecedores de encontrá-los na marina.
Fui de moto, é lógico, e no caminho, o de sempre: curva pra lá, curva pra cá, e em poucas horas já estava lá. Fui sozinho de novo, já está se tornando uma constante os amigos não encararem o passeio, será que é tão longe mesmo? Durante a viagem estava me divertindo com as lembranças de ótimos momentos a bordo, que ocorreram nas últimas semanas: a Gabriela e a Márcia já estão começando a se sentir em casa, e é muito legal ver que esse é um programa bem família mesmo; já com o Rodrigo, o "papo" é mais profundo, durante as velejadas a gente se pega olhando um pro outro, e um diz: "melhor que isso não fica" e o outro só emenda um preguiçoso: "Ééééé..." - no início eu dizia a frase completa: "Sabe filho, a vida não fica muito melhor que isso, não!!!", mas agora a gente já abreviou!
A última velejada teve ótimos ventos em torno de 12 nós, com algumas rajadas mais fortes enquanto voltávamos da Ilha Grande, o resultado foi que a vela mestra apresentou diversas avarias pois já estava com as linhas um tanto quanto velhas e já podres, e daí tive que mandar arrumar, não teve jeito. E a genoa I já estava detonada então foi junto no pacote pro conserto.
Pra quem gosta de detalhes, estivemos às voltas com um problema de energia normal para quem tem barco; o nosso barco estava equipado com um inversor que convertia energia 12V das baterias em 110V para ser usado pelo forno de microondas e pela TV/DVD, mas isso nunca funcionou pois quando tentei ligar o inversor queimou e devido ao alto consumo de baterias eu desisti de colocar outro, daí esses equipamentos só podiam ser usados enquanto estivéssemos na marina conectados na energia 110V do píer flutuante. Foi quando um amigo da marina, deu a dica de um aparelho de TV da AOC que funciona nativamente com 12V podendo ser ligado diretamente à bateria e com baixo consumo, em torno de 65watts. Daí foi só trocar o CD player automotivo, por um DVD player automotivo e pronto, quase tudo resolvido, exceto pelo forno de microondas, que nem é muito usado e então não fará falta nos passeios (estou pensando em usar aquele espaço para um ar-condicionado). Agora é só aumentar o número de células solares pra não esgotar as baterias, que estará tudo do jeito que eu idealizei.
Sabe, andar de moto é delicioso, mas já está tudo tão arrumadinho e existem tantas soluções prontas pra tudo que é problema, que sobra pouca coisa pra exercitar a sua criatividade e a necessidade masculina de ter um passatempo construtivo, onde você pode fazer coisas de que se orgulhe mais tarde.
Além dos filhos, é lógico; até porque criar filhos não é passatempo, não é mesmo? Esse tem sido o projeto mais longo e desafiador da minha vida, e até agora parece que estamos fazendo um bom trabalho, meu filhão é ótimo, muito aplicado, educado e divertido; o que queremos hoje é tentar reproduzir isso com a Gabrielinha, que tem um temperamento bem diferente e será um desafio maior, eu acredito! Mas isso é material para outro capítulo.
A volta de lá eu fiz por Caraguatatuba subindo a Rod. Tamoios, e apesar de ser uns 5km mais perto, demora uns 20 min a mais pois tem muito trânsito urbano, lombadas e transeuntes entre Ubatuba e Caraguá. Indo pela serra de Taubaté, que termina em Ubatuba, é mais rápido e a parte do planalto da Osvaldo Cruz é mais divertida que o planalto da Tamoios, mas há que se considerar que a serra da Tamoios tem umas curvas deliciosas, principalmente se você está subindo; apesar da fama e de eu ter adorado a Serra da Graciosa no Paraná e ter me impressionado com a Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina, essa serra de Caraguá eu acho ainda mais linda, ainda mais no outono com o céu limpo que eu peguei nesse final de semana; o visual é de tirar o fôlego, confira! Se bem que é meio injusto nem mencionar a serra do mar indo pela Rod. Anchieta, é que é tão carne-de-vaca que a gente nem fala mais, mas é um visual estupendo quando as condições meteorológicas são boas; sem nuvens e com céu claro, temos a visão de toda a Ilha de São Vicente onde fica a cidade de Santos e também dos rios e do oceano ao longe; já parei inúmeras vezes pra fotografar aquele visual, uma hora vou procurar nos arquivos e postar uma foto bem legal dessa serra, pra quem ainda não se deu ao trabalho de analisar sua beleza.
Um abraço e até a próxima!