O Ausgang deixou umas 300 milhas na sua esteira nesse último mês, algumas muito prazeirosas, outras nem tanto e umas poucas muito ruins!!! Então vamos ver por onde andamos.
Como decidimos participar da regata Ilhabela-Santos em 28/Ago (que antes era Santos-Ilhabela) tivemos que levar o Ausgang para Ilhabela antes da largada, então no final de semana anterior à regata, dia 21/Ago, meu pai e meu amigo Alexandre vieram comigo pra navegarmos até Ilhabela; aproveitando o evento resolvemos conhecer a Ilha das Couves e então fazer o trecho em duas pernas, pernoitando nas Couves, onde meu pai conseguiu pescar uns peixinhos que não valeram o trabalho de prepará-los então foram soltos, pra sorte deles. O Alexandre se incumbiu da cozinha e fez um jantar muito bom pra gente, coisa que não é normal quando navegamos só com homens, situação em que normalmente ficamos no lanchinho de mortadela!
Chegando em Ilhabela pegamos uma poita do Iate Clube de Ilhabela e depois tivemos que trocar por uma poita do Iate Clube de Santos, sub-sede de Ilhabela (antiga casa do Wilson Fitipaldi) pois o ICI não tinha nada a ver com o evento (mancada minha). Adoramos as instalações do ICS em Ilhabela, é uma sede pequena mas muito bem cuidada e arrumada e o pessoal que trabalha lá é muito gentil e solícito, desde o gerente Guto até o catraieiro Fernando, todos são gente finíssima.
Na véspera da regata, sexta-feira 27/Ago, desci pra Ilhabela com a minha tripulação regateira: meu proeiro Napoleão e os cunhados Carlos e Ricardo. À noite fomos pra Vila onde estava rolando uma festa que contou com a presença da Traditional Jazz Band e do prefeito que falou dos eventos que estavam ocorrendo na ilha.
Finalmente chegou o dia da regata e lá fomos nós pra raia, com a genoa 150% adriçada e o balão preparado pra subir se houvesse um ventinho de popa ou alheta, o que não ocorreu. A largada foi ás 11h30 em frente ao pier da vila e, infelizmente, a correnteza forte e o vento fraco eram contra o que tornou a largada um pouco penosa para os bico-de-proa; junte-se a essa condição adversa o fato de ser a minha primeira regata, o resultado foi que quase "comprei" uma bóia de largada. Mais pra baixo, se aproximando da saída do canal, o vento aumentou e aí foi muito gostoso, com diversos bordos e competindo de verdade com outros barcos, ora atrás, ora na frente, até que por volta das 18h o vento acabou e começamos a ouvir pelo rádio que vários barcos estavam desistindo da regata, então um pouco depois também resolvemos desisitir e motorar até o Indaiá em Bertioga, onde chegamos à meia-noite e fundeamos para dormir, terminando o percurso até o Iate Clube de Santos no dia seguinte. Mas mesmo assim foi muito divertido ter participado e ainda tivemos a chance de conhecer o famoso ICS, onde fomos recebidos pela nossa família pra fazermos o almoço da chegada. Vejam notícias da regata no site de Ilhabela .
Lá o Ausgang ficou até sexta-feira, 3/Set, quando embarquei com meu primo Cláudio pra navegarmos de volta a Paraty; saímos no sábado às 7h15 e chegamos na Ilha Anchieta, onde planejamos o pernoite, às 22h00. Fomos dormir após o banho e o jantar pra sermos surpreendidos às 2h30 da manhã pela entrada da frente fria com ventos de mais de 20 nós dentro da baía da Ilha Anchieta, quando o Ausgang começou a garrar. Ás 3h00 decidimos ir pra Praia do Flamengo, procurar a poita da ABVC para dormirmos mais tranquilos e abrigados, e isso se mostrou um erro, pois o percurso de 3 milhas nos custou mais de uma hora e muitas ondas altas passando pelo cockpit e com ventos de quase 30 nós que adernavam o barco, mesmo em árvore seca; sem falar que as rajadas que ocorriam mesmo no abrigo do Flamengo, me obrigaram a repetir umas 3 vezes a manobra de aproximação pra pescar a poita. Uma vez amarrado, o vento diminuiu um pouco e nos permitiu dormir o restante da madrugada. Não sei se essas palavras chegarão aos anjos que nos ajudaram naquela noite, mas gostaria de agradecer muitíssimos às pessoas que estavam na praia e acenderam todas as luzes mais as lanternas na praia pra sinalizar a nossa chegada, e mais ainda ao dono da poita "Azougue", pois encontrar aquela poita maravilhosa no meio da pancadaria, preparada com dois cabos pra prender nos dois cunhos, foi uma benção: obrigado Azougue. Na manhã seguinte o Soneca chegou ao nosso lado e o Spinelli me contou que o vento no Saco da Ribeira beirou os 40 nós. Noite ruim para estar no mar.
Depois de um episódio desse, mesmo as ondas de 2,2 mts a cada 6/7seg perto da Joatinga, pareciam mar de almirante; pra falar a verdade, essas ondas e um vento de 12 nós, estavam entrando pela nossa alheta, então o Ausgang ia com a vela grande rizada e o motor ligado com uma rotação mais baixa, e ainda assim fazia 7 nós com pico de 9 nas melhores surfadas, portanto tirando o balançar incômodo, a navegada de chegada a Paraty foi boa e rendeu muito, gastamos pouco mais de 9h do Flamengo até a marina em Paraty.
Tudo está bem quando acaba bem, então agora é só planejar a próxima!
Fiquem com Deus e bons ventos.