sábado, 28 de setembro de 2013

Lobby farmacêutico

Semana passada eu saí do consultório do cardiologista me sentindo uma besta! O Dr. me jogou um monte de pedras no colo só porque estou com quase 300 de colesterol, e este nível tem se mantido constante pelos últimos 6 anos; ele disse que eu estou indo bem no meu "projeto de morte". Bom, se tudo der certo, eu vou mesmo morrer, é assim que funciona.

Mas não estou indignado com o fato dele ter pêgo pesado e falado tudo que eu merecia mesmo ouvir. É a constante redução do limite de colesterol aceitável, que me entristece pois expõe o puro interesse comercial do sacerdócio da medicina. Eu realmente acredito que o Dr. fez tudo que fez zelando pelo minha saúde e assim prolongando minha querida existência (querida pra mim, pelo menos), mas enquanto eu estava lá correndo na esteira, ofegante, consegui balbuciar que achava um absurdo a indústria farmacêutica ter conseguido, através do seu lobby com os orgãos de pesquisa, reduzir os níveis aceitáveis de colesterol LDL (ou "ruim") para 100 mg/dl pois assim eles venderão mais remédio para combater a praga, ao que o estudado Dr. retrucou dizendo que os estudos indicaram que no grupo imediatamente abaixo da faixa que era antes aceitável (era de 130 mg/dl), ou seja, o grupo dos 100 aos 130, as ocorrências de problemas coronarianos (infarto, avc e outras mazelas) eram maiores que abaixo! Putz, mas não é lógico??? E ele ainda disse que estão querendo abaixar pra 50 em lugar de 100. Porque não zeram de uma vez??? O pior é que no momento em que ele disse isso eu estava nos 5 minutos de esteira erguida a 7 ou 8 km/h, o que pra mim é um absurdo de forçado, até porque odeio correr, então não tinha sangue no meu cérebro pra processar a informação corretamente e nem ar nos pulmões pra retrucar, depois acabou passando a oportunidade e nem falei mais nada - é por isso que estou desabafando aqui, querido leitor.

Não sei calcular quanto a indústria farmacêutica esta ganhando a mais só com essas "pesquisas" que com certeza ela mesma financiou, mas no Brasil, segundo o IBGE, morrem 308mil pessoas por ano, ou 29,4% do óbitos, devido à problemas cadiovasculares (infarto e avc). Se 308mil são os óbitos, o mercado deles deve ser umas três vezes isso (provavelmente somente uma parte desse povo morto estava tomando rémedio), em compensação, deve ter um milhão tomando os tais remédios e ainda não morreram, daí você diminiu 30 mg/dl na medida e aumenta para, digamos, 1,2milhão de pessoas. Caracas, custa R$100,00 a caixinha de remédio para 1 mês (eu sei porque já tive que comprar), isso dá um mercado de R$ 120.000.000,00 POR MÊS, mas ainda acho que eu chutei muito baixo o número de usuários de drogas para redução de colesterol. Vou dar uma procurada melhor no Dr. Google e depois comento aqui com vocês.

Mas não se procupem pois a compra mensal do remédio não irá trazer impacto nenhum ao orçamento do abestado com colesterol alterado. Sabe porque? Porque o mesmo Dr. que receitou o remédio, também restringiu sua ida ao boteco. Pronto. A grana que você economiza do boteco dá e sobra pra comprar o remédio. Olha só isso: ele tirou o dinheiro do Butequim Carioca e passou pra Merck; em outras palavras, diminuiu a indústria dos quitutes nacional e mandou o dinheiro pra química alemã. Essa globalização está acabando com o nosso Brasil. 

Entenderam agora porque estou bravo?