terça-feira, 5 de abril de 2011

Tempo - A Moeda Definitiva



Em última análise, o tempo é a nossa moeda mais preciosa, é com ele que podemos realizar tudo que queremos e é quando vendemos ele que deixamos de fazer as coisas que realmente importam.
Usando nosso tempo podemos ver nossos filhos crescerem e ajudar na lição de casa, ou então podemos batalhar pelo crescimento da empresa; podemos ler os livros que gostamos ou criar os relatórios que nos dão algum prazer mas que temos a impressão que ninguém lê; podemos ir para o parque exercitar nosso corpo ou gastar ele todinho sentado no escritório; podemos fazer uma peregrinação pela Espanha ou ficar na fila da ponte aérea entre intermináveis reuniões; podemos... bom, acho que vocês já sintonizaram na idéia que quero passar.
Esse é o paradoxo da vida moderna: quem só possui o tempo, não tem recursos pra aproveitá-lo com conforto, daí então a grande maioria das pessoas vende a maioria do tempo que tem disponível para possuir os recursos para aproveitar o tempo que elas não tem mais, pelo menos a maior parte dele; lógico, temos os finais de semana e os feriados, e a maioria ainda tem aquele bendito mês nas férias anuais, falo aqui dos brasileiros contratados pela CLT, pois no primeiro mundo as férias são a metade disso, e os brasileiros empreendedores, profissionais liberais, enfim, os não CLTs, normalmente não gozam de férias estendidas pois não podem se ausentar mais que uma semana do serviço. E por que não?
A resposta para essa pergunta é bastante simples: porque aprendemos que temos que acumular riqueza, não basta ganharmos o necessário (como se alguém fizesse essa conta), temos que ter sobra de recursos disponíveis, e é aí que acabamos escravos do trabalho pois vendemos todo o nosso tempo e daí não nos sobra o suficiente e nem nos damos conta disso; e o pior é que temos a melhor desculpa do mundo pra continuar assim, afinal nós estamos atrás dos nossos sonhos, não estamos? E sonhos custam dinheiro, não custam? Nem sempre custam, e normalmente custam menos do que imaginamos. 
Mas aqui vai a boa notícia, não estou aqui só divagando sobre um problema, vou dar a solução, e nem é uma novidade, já ouvi isso em discurso de sindicalista e já lí aí pela internet: diminua a carga horária de trabalho dos funcionários, daí será necessário empregar mais gente acabando inclusive com o problema de desemprego; pra viabilizar isso o governo deveria rever as leis do trabalho e diminuir a carga de impostos, mas não ia diminuir arrecadação já que ganhariam com a escala (mais gente empregada); eu só sugeriria uma alteração nesse modelo: turnos entre os empregados! Façam a conta, dois funcionários trabalham 22 meses por ano (11 de cada tirando o mês de férias), se forem três funcionários fazendo o mesmo serviço, eles trabalhariam 24 meses (8 cada um, sobrando 4 meses para os seus projetos pessoais).
E agora a cereja do bolo, você, executivo, está pensando, 'Mas e eu? Vou ter que apelar pro sabático? Mas minha empresa não deixa!' - pense bem, funciona contigo também, Sr. Diretor! Pense um pouco, quanto você pagaria pra trabalhar a metade do ano e morar os outros seis meses na casa da praia? Digamos que você ganhe 50, contrate um 'secretário' (pode arrumar um nome chique pra ele) e pague 20 pra ele cuidar do operacional, te consultando para as coisas que realmente importam;  voilá, 60% da sua entrada por menos de 60% de trabalho! Acha difícil achar um executivo por meio ano pagando 120? Anote aí meu email...
Eu não quero esperar a aposentadoria pra ter tempo, quero ter saúde junto com o tempo pra poder aproveitar o tempo com prazer; quanto custa isso? Quanto tempo tenho que vender e quanto tempo tenho que manter no meu estoque pessoal? Essa é a conta a ser feita! Meus sonhos não custam dinheiro, pra realizá-los hoje só preciso de tempo! 
Bom tempo pra vocês!